O promotor de Justiça Fernando Krebs, do Ministério Público de Goiás, enviou ofício ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comunicando-o das irregularidades no fornecimento de tornozeleira eletrônica pelo Estado de Goiás ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, preso preventivamente na Operação Lava Jato e que foi beneficiado com a medida cautelar de monitoramento por tornozeleira eletrônica. Loures estava preso em Brasília-DF, mas recebeu do Estado de Goiás o equipamento que o permitiu deixar a prisão.
No documento, o promotor informa ao PGR que instaurou inquérito civil público para apurar o tratamento privilegiado dado a Rocha Loures e que expediu recomendação ao governo de Goiás para que requisite imediatamente a devolução do equipamento, uma vez que este faz falta ao sistema prisional goiano, cujo déficit de tornozeleiras chega a quase mil equipamentos. Krebs afirma que pelo fato do Distrito Federal não dispor de nenhuma tornozeleira, uma vez que não tem contrato de fornecimento para tal, o Estado de Goiás passaria a ser o responsável pelo monitoramento do preso, situação não prevista no contrato de locação de tais equipamentos, o qual não contempla a hipótese de monitoramento em outra unidade da federação.
Fernando Krebs alerta ao Procurador-Geral da República que o Ministério Público de Goiás suspeita que Rocha Loures não esteja sendo monitorado e, se está, tal monitoramento é ilegal, já que o contrato firmando entre o Estado de Goiás e a empresa que faz o serviço de monitoramento abrange tão somente as pessoas vinculadas ao sistema goiano de justiça e não as do Distrito Federal.