Reportagem publicada no jornal O Popular de hoje, 16, mostra que a maioria das unidades de terapia intensiva contratadas pelo SUS em Goiânia ficaram ociosas enquanto pacientes esperavam desesperadamente pelo leito. O relatório que subsidiou a reportagem foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde e entregue aos vereadores componentes da CEI da Saúde.
A responsabilidade pelo atendimento das necessidades dos pacientes é da Central de Regulação da Saúde Municipal de Goiânia, que busca entre a rede conveniada o leito de UTI que atenda a expectativa do paciente. De acordo com o relatório da SMS, no entanto, essas instituições que contrataram com o Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibilização da UTI estariam negando atendimento aos pacientes regulados.
Entre agosto de 2016 e final de agosto de 2017, segundo a SMS, mais de 60% dessas UTIs que deveriam estar à disposição do SUS ficaram ociosas e foram informadas para a regulação, quando solicitadas, como ocupadas. A suspeita é que essas unidades de saúde estariam selecionando pacientes e reservando esses leitos para os doentes da rede particular.
O fato é ainda mais surpreendente quando se nota que UTIs localizadas em hospitais públicos, como Hugo, Hugol e HGG, também foram subutilizadas porque foram informadas como ocupadas, quando na verdade estavam vazias. Das 10 UTIs pediátricas existentes no Hugol, por exemplo, mais da metade estiveram ociosas no período fiscalizado.