O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), denunciou, durante sessão plenária no legislativo goianiense nesta quarta-feira (08/03), que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) teria recebido antecipadamente cerca de R$ 8 milhões a título de pagamento por obras que ainda não foram executadas.
Esses valores e essas obras, segundo o presidente, se referem às emendas impositivas dos vereadores. Na avaliação de Policarpo, essas ilegalidades caracterizariam crime de improbidade administrativa, uma vez que não existe na administração pública a figura do “adiantamento por futuras obras”, o que tornaria esse valores adiantados à Comurg ilegais.
“O contrato para pagamento das emendas de 2020 foi feito em junho de 2021. Dois dias depois, a Prefeitura adiantou R$ 8 milhões dessas obras, que deveriam ter sido executadas pela Comurg. Não existe adiantamento de pagamentos em serviços públicos”, explicou, advertindo que os critérios definidos pela legislação é de que, primeiro, deveria haver a execução, a posterior medição das obras, para só depois, uma vez emitida as notas fiscais correspondentes, a efetuação do pagamento. Para Romário, a ordem da execução orçamentária foi totalmente invertida pela Prefeitura de Goiânia.
A denúncia apresentada por Policarpo é vista como mais um movimento no processo de ruptura do vereador com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Dessa vez, no entanto, o presidente da Câmara sai do campo da retórica e aponta um fato concreto, uma denúncia que, se comprovada, pode resultar num grande problema para o chefe do executivo municipal.