O agora ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha, pré-candidato ao governo de Goiás nas eleições de outubro próximo, participou na manhã desta quinta-feira (31/03) da cerimônia de renúncia e transmissão do cargo para o vice-prefeito, Vilmar Mariano. Na oportunidade, sem apresentar provas e nem ao menos discorrer sobre o porque das suas suspeitas, Mendanha disse que teme ser vítima de operações policiais para desacreditar o seu trabalho desenvolvido à frente do executivo municipal de Aparecida de Goiânia.
“Eu sei que, em um processo como esse (eleitoral), poderão querer utilizar as instituições. Eu acredito muito no judiciário goiano, acredito no trabalho da Polícia Civil, no Ministério Público e espero que não venham a utilizar politicamente a essas instituições contra alguém que coloca o nome como pré-candidato a governador”, disse.
Mendanha, desde as eleições para prefeito, em 2020, elegeu o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) como seu principal adversário e desafeto. A aproximação de Caiado com o MDB foi o principal motivo para que Gustavo Mendanha rompesse com Daniel Vilela, presidente da sigla em Goiás, e deixasse o partido que o projetou para a política. De lá pra cá, Gustavo desenvolveu verdadeira obsessão pelo que chama de “derrotar o governador”.
Ignorando os meandros do jogo político, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia também acusa Caiado de trabalhar para impedir a formação de uma frente ampla de oposição em Goiás. Na concepção de Mendanha, isso explicaria a negativa de partidos como o PL, Podemos, PP e Republicanos, siglas que rejeitaram a sua filiação, o que acabou o empurrando para o Patriota, única legenda a abrir-lhe as portas e garantir sua pré-candidatura ao governo. Nos bastidores da política goiana, no entanto, as acusações são vistas como devaneios de Mendanha, causados, sobretudo, pela frustração do seu projeto político.
Políticos e analistas políticos dizem que o movimento para formação de alianças partidárias faz parte do jogo político eleitoral e envolve tanto as chapas majoritárias quanto as proporcionais, que nessa eleição ganharam uma maior importância, haja vista o fim das coligações. Pra quem discute a política em Goiás, a estratégia de Gustavo Mendanha, com o Patriota esvaziado, e agora sem o apoio do bolsonarismo, e ainda sem saber se poderá contar com o PSDB, é criar um discurso que lembre David versus Golias, ou o embate do “menino bom contra o homem mau”.
A avaliação é que isso dificilmente vai colar, já que o principal adversário de Mendanha realiza um governo bem avaliado junto ao eleitorado goiano, de reconstrução das contas públicas e de reequilíbrio fiscal e financeiro, além de ter criado um grande volume de programas sociais, ações que têm um apelo incontestável junto à população, especialmente os mais vulneráveis.