O senador por Goiás Vanderlan Cardoso (PSD) representou judicialmente contra o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL/GO), um dos mais ferrenhos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ter sido chamado de “vagabundo” nas redes sociais. Cardoso alega que foi injuriado, caluniado e difamado pelo deputado goiano por ter votado no correligionário Rodrigo Pacheco (PSD/MG) para sua reeleição à presidência do Senado. A informação foi dada em primeira mão pelo jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo.
Gustavo Gayer, reconhecidamente um radical bolsonarista, com grande atuação nas redes sociais, encabeçou um movimento no intuito de alavancar a então candidatura do senador Rogério Marinho (Podemos/ES), adversário de Pacheco na eleição do Senado. Nas postagens, Gayer pretendia insuflar os eleitores a cobrarem dos seus senadores o voto em Marinho, sob o argumento de que Pacheco seria o candidato do presidente Lula. Pacheco venceu a eleição por 49 votos a 32, e isso irritou o deputado do PL, que partiu para ofensas pessoais contra os senadores goianos Vanderlan Cardoso e Jorge Kajuru (PSB).
“Nós não vamos esquecer. Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão, não é não, Vanderlan? Eu tenho minhas convicções. Eu quero pegar a minha comissão, não é não, Vanderlan? Quero ver o senhor ser candidato a prefeito agora, seja candidato a prefeito. O Kajuru já é uma caricatura. O Kajuru ninguém fala com ele, que ele é um doido varrido”, teria dito Gayer em vídeo publicado nos seus canais na internet.
Na notícia-crime apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Vanderlan pede a condenação dos responsáveis pelos crimes de difamação, calúnia e injúria, além da “implementação de medida cautelar criminal visando evitar reiteração criminosa, com proibição de perpetuação da veiculação do material ofensivo e ainda a “suspensão do exercício da função pública” do ofensor.
Gustavo Gayer é alvo, também, de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), proposta pelo PT e assinada por 12 advogados, todos vinculados aos escritórios de Cristiano Zanin e Eugênio Aragão. O deputado, entre outros integrantes do que o PT chama de “rede bolsonarista”, é acusado de crime eleitoral, abuso de poder econômico, abuso de meios de comunicação e abuso de poder político. Neste último caso, a ação foca na conduta dos investigados que, com mandato eletivo, atuam para “plantar uma ruptura de poderes, numa escalada autocrata de eliminação do instrumento mais essencial do estado democrático de direito: o sistema eleitoral e o voto direto”.