O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás – Sinpol, em sua página na internet, emitiu nota de pesar pela porte do agente da polícia Civil, Oscar Charife Abraão Garcia, 39, ocorrida na madrugada do último domingo, 07/02, em uma sanduicheria localizada no Setor Oeste em Goiânia. Charif foi vítima de um disparo de arma de fogo enquanto tentava impedir um assalto ao estabelecimento. Mesmo alvejado, o agente policial conseguiu balear dois bandidos e evitar o roubo ao estabelecimento. Um terceiro marginal, que dava cobertura à dupla, atirou contra Oscar, ferindo-o mortalmente. Um dos bandidos morreu e o outro foi preso. Já o terceiro continua foragido.
“O momento de terror vivido por todos os presentes na sanduicheria, lamentavelmente, tem sido rotina cada vez mais presente na vida dos goianos e, como se vê, nem mesmo os policiais estão imunes a essa crise na segurança pública do Estado”, diz a nota do sindicato. O ente representativo da categoria lembra que tem chamado a atenção do Governo de Goiás para a necessidade de se investir na estrutura de trabalho, na contratação e na valorização das forças policiais.
Para o Sinpol, “o aumento do efetivo da Polícia Civil é essencial para investigar os crimes e punir os responsáveis por esse e todos os demais crimes”. Em 1998 a Polícia Civil contava com 6 mil policiais; hoje são apenas 3,2 servidores, aí incluídos os delegados. O Sindicato lembra que de 2008 até 2015 “o volume de trabalho da PC goiana aumentou mais de 400%, mas o quadro só vem sendo reduzido, a despeito dos poucos concursos realizados”.
A morte de Oscar Charife, tido como um dos melhores quadros da Polícia Civil goiana, infelizmente vai engrossar uma triste estatística que não para de crescer. O Governo de Goiás, por seu turno, em detrimento de ações efetivas, optou por caríssimas campanhas midiáticas para acalmar a população, aterrorizada com a violência que tomou a Capital e o Estado como um todo. Goiânia, pelo quarto ano consecutivo, figura entre as 30 cidades mais violentas do mundo, com uma taxa de homicídios de 43,38 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes. Apesar disso, o governo não tem sido capaz de acenar com projetos que possam coibir o crescimento da violência e evitar mortes como a de Oscar Charif Abrão.