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Política

Tal como Pilatos, Raquel Teixeira lava as mãos e toca projeto para
terceirizar a educação em Goiás.

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Prêmio Nobel da Paz em 1964, Martin Luther King, pastor evangélico e um dos principais ativistas dos direitos civis americano, marcou sua luta pela igualdade racial nos Estados Unidos com discursos que entraram para a história. “No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos”, disse certa vez.

Em Goiás, Raquel Teixeira, Secretária da Educação, Cultura e Esporte do governo Marconi Perillo (PSDB), embora discorde da terceirização da Educação às Organizações Sociais, não só se silencia diante do que acredita contribuir para a precarização da educação no estado, como age para implantá-la porque assim o quer o Governador do Estado.

Recentemente, um vídeo, em que a Secretária reclamava da pressão que estaria vivendo, vazou e virilizou nas redes sociais. Nele é possível ouvir Raquel Teixeira dizendo que seu marido já havia pedido que ela deixasse o governo: ” Meu marido disse para eu largar desta bobagem, que sou bucha de canhão. Você apanha do governador e apanha dos professores. Eu estou numa situação muito vulnerável”, lamentou.

Raquel é a amiga da educação que se cala, numa covarde decisão que lembra Pilatos. Lava, literalmente, as mãos diante de uma situação que poderia, no mínimo se opor. Raquel Teixeira não é obrigada a fazer aquilo que a constrange, sobretudo porque tem consciência de que a terceirização não é o melhor caminho para a educação em Goiás. A Educação goiana, e Raquel sabe muito bem disso, precisa da valorização do professor, da volta da titularidade, de salários decentes e de dignidade para os mestres.

Em entrevista ao Jornal Opção, Teixeira reconhece que “a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) é muito rígida em relação a alguns pontos da educação, como gestão democrática, eleição de diretores, participação dos professores no projeto político-pedagógico da escola, entre outras coisas” e deixa transparecer que ainda sabe como entregar a educação goiana à uma OS: “como vamos conciliar isso com uma OS?”, pergunta.

Talvez Raquel Teixeira devesse ouvir, mais uma vez, os ensinamentos de Luther King: “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.

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