De acordo com aliados do pré-candidato ao governo de Goiás pelo Patriota, Gustavo Mendanha, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia vive um dilema na sua pré-campanha e sofre com a pressão que o tempo naturalmente lhe impõe: assumir publicamente sua possível e provável aliança com o tucano Marconi Perillo, assumindo, concomitantemente, todo o desgaste que essa parceria pode causar ao seu projeto político, ou posterga esse movimento, que é tido por muitos como inevitável, e continua seu périplo pelo interior goiano contando apenas com a pequena estrutura partidária e eleitoral do seu próprio partido e aliados.
Nos bastidores, no entanto, não há dúvidas que, não havendo a implosão da pré-candidatura do deputado Major Vitor Hugo dentro do PL, fato que seria o único capaz de levar o apoio do partido de Magda Mofatto e Flávio Canedo para o projeto eleitoral do ex-emedebista, Gustavo Mendanha e Marconi Perillo estarão juntos nas eleições de outubro próximo, muito provavelmente dividindo a chapa majoritária da coligação PSDB/Patriota.
Pesam ainda contra a união de Gustavo e Perillo, além da recusa do presidente do Patriota em Goiás, Jorcelino Braga, em formar aliança com o ex-governador, a grande rejeição do tucano junto ao eleitorado goiano. Marconi Perillo vem de uma derrota acachapante para o Senado em 2018, quando foi apenas o 5º colocado na disputa, e também de desgastes decorrentes de ações judiciais que o acusam de corrupção e lavagem de dinheiro. Na avaliação de aliados de Mendanha, não há dúvidas de que o medo de que a rejeição de Perillo respingue na pré-candidatura do ex-prefeito é um grande obstáculo ao anúncio público de que ambos caminharão juntos na campanha eleitoral deste ano.
A situação do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia é vista como delicada por quem discute a política de Goiás. Primeiro, dizem, Mendanha, apesar de ter uma boa avaliação entre os eleitores de Goiânia e Aparecida, além de outros dois ou três municípios da região Metropolitana, é pouco conhecido no interior e não tem uma estrutura política partidária suficiente para reverter isso no pouco tempo que tem. Segundo, avaliam, com o fim da janela partidária, os partidos estão com a formatação das chapas, tanto majoritária, quanto proporcionais, já bastante adiantada e, nesse horizonte, não há muita alternativa para Mendanha, a não ser uma aliança com o PSDB de Perillo. “Foi o que restou”, pontuam.