O senador Vanderlan Cardoso, presidente do PSD em Goiás, disse, em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, do jornal O Popular, que deve anunciar sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia no próximo mês de março. Segundo ele, estaria tudo certo para o lançamento do seu nome para disputar o Paço nas eleições de outubro deste ano, e não descarta a possibilidade de um entendimento para ter o apoio da base governista, ainda que o distanciamento do governador Ronaldo Caiado seja evidente.
“O prazo para anunciar essa pré-candidatura é agora no mês de março próximo, mas hoje tudo indica que sim, nós vamos ser candidato a prefeito de Goiânia”, informou, dizendo, ainda, que já está consolidada o que será a sua terceira candidatura a prefeito de Goiânia. Em 2016, Vanderlan disputou e foi derrotado por Iris Rezende (MDB), e em 2020, já senador da República, perdeu para Maguito Vilela, também do MDB.
Apesar de avaliar que a base do governador Ronaldo Caiado (UB) tem bons nomes, a exemplo de Jânio Darrot (MDB), Bruno Peixoto (UB), José Vitti (UB), além de Gustavo Mendanha (MDB), que ainda espera resposta à consulta feita ao TSE sobre a possibilidade de disputar em Goiânia, Vanderlan Cardoso diz que, na qualidade de presidente do PSD em Goiás, terá o momento de dialogar com Caiado e Daniel Vilela, ambos presidentes dos seus partidos, visando as eleições municipais no estado, o que inclui a eleição em Goiânia.
“Está chegando o momento de nós, como presidentes de partidos, conversarmos sobre a eleição de 2024. Caiado é presidente de partido e eu também, Daniel é presidente de partido e eu também”, frisa.
Embora apareça nos últimos levantamentos de intenção de voto para prefeito de Goiânia entre os primeiros colocados, na avaliação de analistas e cientistas políticos, Vanderlan pode enfrentar dificuldades pela falta de uma estrutura partidária, de alianças que reúnam chapas competitivas de vereadores e proximidade com demais lideranças na capital. Até então aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador goiano se viu preterido do apoio do liberal, já que Bolsonaro teria vetado o apoio do PL a qualquer candidato do PSD nas eleições municipais deste ano.
Dificuldades
Em relação à viabilidade política eleitoral de Vanderlan numa eventual disputa em Goiânia este ano, o doutor em Ciência Política e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Francisco Mata Machado Tavares reconhece que o senador é um nome relevante no que diz respeito a processos eleitorais em Goiás e, em especial, em Goiânia. No entanto, diz o cientista político, só haveria viabilidade política do pessedista encabeçar uma chapa para disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 se houvesse a anuência do governador Ronaldo Caiado, em apoiá-lo ou não apoiar outro candidato.
“O que eu diria é o seguinte: a viabilidade do Vanderlan, como cabeça de chapa, dependeria de uma sinalização do governador Ronaldo Caiado de que ele, Vanderlan, é o nome do governo, ou pelo menos de que o governo teria mais de um nome e o senador seria uma das prioridades. E isso eu acho pouco provável, porque na base mais vinculada a Ronaldo Caiado tem outros nomes. Então, Caiado teria que dizer que apoia Vanderlan ou dizer que não apoia outro candidato. Isso é possível? Efetivamente sim. É provável? Eu diria que não”, pontuou, completando que seria muito difícil para Vanderlan Cardoso se colocar como cabeça de chapa sem o apoio do governador Ronaldo Caiado.