Depois de conceder título honorífico ao Padre Luiz Augusto, acusado de ser funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás por mais de 20 anos e que, por isso mesmo, responde criminalmente por peculato, a Câmara Municipal de Goiânia surpreende novamente o goianiense de boa-fé. Dessa vez foi o Vereador Divino Rodrigues (Pros) quem se superou e apresentou projeto de Decreto Legislativo que concede título de cidadão goianiense ao Deputado Federal Marcos Feliciano (PSC-SP).
Entre as justificativas para a concessão do título, Divino Rodrigues destaca o fato de Marcos Feliciano ter escrito mais de 20 livros e ter sido eleito com 398 mil votos num estado com mais de 30 milhões de votantes. Rodrigues destacou ainda “a imensa dedicação e preocupação do deputado pelas causas da população de Goiânia aonde importantes proposições vêm de encontro à necessidade de nossa cidade” (sic).
O curioso é que não se tem notícias de nenhuma ação efetiva do pretenso agraciado pelo projeto do Vereador que tenha contribuído para melhorar a vida dos cidadãos goianienses. Polêmico, o Deputado Feliciano é acusado de homofóbico e intolerante por grande parte dos cidadãos brasileiros e sua atuação à frente da comissão de direitos humanos da Câmara foi motivo de protestos por todo o Brasil.
Já Rodrigues, que propõe a homenagem, é acusado pelo Ministério Público de integrar a máfia dos funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Goiás, desbaratada pela operação que ficou conhecida como Poltergeist, e chegou a ser afastado do cargo por decisão do juiz Rogério Carvalho Pinheiro, da 8ª Vara Criminal de Goiânia.
É por essas e outras que a Câmara Municipal de Goiânia é uma das instituições mais mal avaliada pela população goianiense, com apenas 2,8% dos cidadãos dizendo acreditar na instituição.