Pessoas próximas ao grupo político do pré-candidato Gustavo Mendanha (Patriota) avaliam que o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia terá muita dificuldade para viabilizar uma candidatura de peso com a pequena estrutura política/eleitoral que dispõe hoje. Depois de ser preterido pelos principais partidos do Estado, Mendanha acabou se filiando ao Patriota, presidido em Goiás por Jorcelino Braga, única legenda que lhe restou ao fim do prazo exigido pela legislação eleitoral. No projeto de Gustavo Mendanha, no entanto, se juntaram apenas outros três pequenos partidos: PMN, Agir e DC.
Embora insistisse em anunciar que vinha conversando com vários partidos desde que deixou o MDB, em setembro do ano passado, Gustavo Mendanha apostava numa filiação ao PL, o que não foi possível, já que não conseguiu a anuência do presidente Jair Bolsonaro para se filiar à legenda e se consolidar como o candidato bolsonarista em Goiás. No seu lugar, Bolsonaro optou pelo amigo e aliado de primeira hora, deputado Vitor Hugo, que se filiou ao PL recentemente.
No Patriota, no entanto, o ex-emedebista sabe que terá dificuldades para tocar sua campanha e bancar chapas proporcionais competitivas. Por isso, Mendanha, dizem, vem atuando nos bastidores pelo apoio do PL de Magda Mofatto e Flávio Canedo, o que só será possível com a desistência do pré-candidato do partido, Vitor Hugo. Para atingir seu objetivo, o nome do Patriota conta com a ajuda de aliados que se filiaram ao PL, como os deputados Cláudio Meirelles, Major Araújo, Paulo Cezar Martins e Alcides Ribeiro.
A dificuldade que o ex-prefeito de Aparecida enfrenta, segundo os bastidores da política goiana, é que Vitor Hugo não está nem um pouco disposto a abrir mão da sua pré-candidatura, já ungida por Bolsonaro, em favor de Gustavo Mendanha. Pelo contrário, o bolsonarista tem dito em entrevistas que seu projeto é pra valer e acredita na viabilidade do seu nome, afirmando que pode ser o principal adversário do governador Ronaldo Caiado nas eleições de outubro próximo.
Quanto a dissidência ao seu nome promovida por integrantes do próprio partido, Vitor Hugo já alertou os correligionários que vai cobrar a fidelidade partidária imposta pela legislação e quem insistir em apoiar outro candidato, que não o do PL, poderá sofrer as consequências, que vão desde advertência até a expulsão da legenda.