O clima de voto útil em Goiânia cresce no início da campanha de segundo turno e movimentos contra o voto nulo começam a ganhar corpo na capital. Nesta semana, produtores culturais, artistas, empresários, acadêmicos e ativistas lançaram o movimento “Goiânia sim, Fred Não!”, cujo objetivo é pregar o voto útil no candidato governista Sandro Mabel (UB), esclarecendo a população sobre o risco do voto nulo, que poderia contribuir para a vitória da extrema-direita em Goiânia, impondo um grande retrocesso à cidade e seus moradores.
Chamado de manifesto em defesa da democracia, o documento, que é assinado por progressistas e também por pessoas simpáticas à direita tradicional, defende a pluralidade de opiniões, os direitos humanos e o compromisso de apoiar uma gestão para todos os goianienses, independente da matiz ideológica do eleitor.
Embora integrantes da esquerda goiana estejam fazendo campanha pelo voto nulo, outras lideranças desse espectro político explicam que a disputa hoje é entre a direita clássica, representada por Mabel, e a extrema-direita. “Nós sabemos que elas não são iguais”, diz Gilvane Felipe, superintendente estadual do Iphan.
Ao apelar para o voto útil em Mabel, o movimento prega a necessidade de se ter um prefeito que mantenha o compromisso com a inclusão social, o diálogo, a justiça e que incentive a participação popular no futuro da cidade, sem que se faça distinção entre esse ou aquele espectro político.
O manifesto também chama atenção para o risco que a candidatura da extrema-direita representa para as conquistas históricas da população goianiense, como, por exemplo, o subsídio da tarifa do transporte coletivo da região Metropolitana, medida que foi objeto de críticas do candidato liberal e que pode ser revista, caso Rodrigues chegue ao Paço.
“Esse é um chamado à responsabilidade de todos nós. Sabemos que o primeiro turno não confirmou nossas propostas prioritárias, mas não podemos retroceder. Não podemos permitir que conquistas históricas, como as tarifas de transporte público subsidiadas, sejam destruídas, nem que direitos humanos e espaços de controle social sejam enfraquecidos. Goiânia merece lideranças comprometidas com a ética, a inclusão e o bem-estar de todos os seus cidadãos.”, diz trecho do manifesto.