De personalidade forte, médico por formação, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), tem tido um comportamento exemplar na condução das ações para combater o avanço do coranavírus no Estado de Goiás. Com apoio de peso no Estado, como o do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), que tem também tomado duras medidas para garantir o isolamento social na capital, Caiado tem se desdobrado para achatar a curva de infectados no Estado. Goiás tem hoje 29 casos confirmados de Covid-19 e nenhuma morte.
Na manhã desta quarta-feira, 25, em entrevista coletiva, Ronaldo Caiado declarou que rompeu politicamente com o presidente da República, Jair Bolsonaro. A gota d’água foi o pronunciamento que o presidente fez ontem à nação, onde tentou descredibilizar as ações de isolamento social, medida tomada pela maioria dos estados brasileiros, inclusive por Goiás.
“Fui aliado de primeira hora, durante todo tempo. Não posso admitir que o presidente venha agora e lave suas mãos, responsabilizando outras pessoas por um eventual colapso. Não é isso que esperamos de um governante, de um Estadista, em um momento como este, mas sim humildade e serenidade. Numa guerra, não se aceita transferir responsabilidade a outros”, disse Caiado.
O democrata afirmou que tudo tem que ter um ponto final e que não tem mais conversa “com esse homem” (Jair Bolsonaro). Na minha avaliação, o rompimento de Ronaldo Caiado com Jair Bolsonaro até demorou e só não aconteceu antes porque o governador de Goiás estaria dependendo da ajuda do governo Federal em razão da situação de calamidade financeira que vive o estado goiano. Ajuda essa que nunca veio. As diferenças entre Caiado e Bolsonaro são abissais, a começar pela coerência.
Diante do quadro de pandemia em que vive o Brasil e a repercussão negativa ao pronunciamento de Bolsonaro, a aposta é que Ronaldo Caiado comece a aparecer como liderança política natural do Brasil na luta contra o coronavírus. As medidas tomadas em Goiás, o forte discurso de repúdio às declarações do presidente e o anúncio de rompimento com Bolsonaro deram a Caiado uma visibilidade que ele ainda não tinha experimentado como governador de Goiás. Sua formação profissional, médico renomado, e o capital político conquistado em 30 anos de Congresso são os fiadores naturais das ações que ele pode encampar em defesa da saúde de todos os brasileiros. Na ausência de um presidente que possa unir o país na luta contra o vírus, Caiado tem tudo para se capitalizar como tal e liderar uma união entre todos os governadores do Brasil para o combate à pandemia que assola o Brasil e o mundo.