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Artigo de Opinião

Iris Rezende nos ensinou a evitar os aventureiros da política

Certas pré-candidaturas à prefeitura de Goiânia levantam a necessidade de um esforço concentrado de esclarecimento aos eleitores goianienses, sob pena de assistirmos a degradação total da capital goiana

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Iris Rezende foi quatro vezes prefeito de Goiânia e duas vezes governador do Estado

Um dos maiores líderes políticos de Goiás, senão o maior, Iris Rezende Machado foi quatro vezes prefeito de Goiânia e é celebrado como o maior tocador de obras que a gestão pública já conheceu. Estima-se que de tudo que têm em Goiânia e que foi construído pelo poder público, cerca de 70% foi obra do emedebista, seja durante os quatro mandatos de prefeito, seja enquanto duas vezes governador do Estado. Iris morreu em 2021, vítima das consequências de um AVCH, e deixou uma lacuna que dificilmente será preenchida.

Ao anunciar que não iria concorrer à reeleição nas eleições de 2020, mesmo com as pesquisas indicando uma vitória em primeiro turno, Iris destacou que sua missão estava cumprida e que orgulhava-se de ter a consciência de que encerraria sua carreira política de 62 anos de vida pública sem nenhuma mácula, sem nenhum dolo, sem nódoa, mesmo depois de inúmeros mandatos sempre pautados pela correção, zelo e absoluta legalidade dos atos praticados.

Naquele agosto de 2020, Iris disse também que reservaria todos os seus esforços para cumprir os compromissos firmados com a população de Goiânia, e que não assumiria partido naquelas eleições. Não obstante, em eventos que sucederam o anúncio de que não seria candidato e também em outras oportunidades, Iris sempre fez questão de deixar um recado aos goianienses, na realidade um conselho que deve ser seguido por todos que efetivamente se preocupam com Goiânia.

“Olha, o eleitor tem que ter muita responsabilidade. O voto é a principal arma do eleitor e ele precisa usar com muita responsabilidade. O voto é soberano, mas o eleitor precisa ter responsabilidade, precisa evitar os aventureiros, porque destruir uma administração é a coisa mais fácil do mundo, mas reergue-la, oia… é muito difícil”, dizia com seu jeito clássico.

Iris sabia do que falava. Quatro anos antes, tinha recebido uma gestão comprometida com déficits milionários e um rombo que beirava R$ 1 bilhão. Ao final dos quatro anos, Goiânia era modelo para o Brasil em matéria de gestão fiscal e experimentava um dos maiores ciclos de investimentos da sua história. Mais uma vez, Iris realizou uma gestão de excelência e havia recolocado Goiânia no caminho da prosperidade.

Portanto, é necessário que ouçamos o conselho de Iris Rezende. Evitemos os aventureiros, evitemos aqueles que têm como discurso o extremismo, evitemos aqueles cuja maneira de agir sempre foi pautada pela mentira, pelas fake news, pelo negacionismo, pelas narrativas que semeiam o caos, o supremacismo e o ódio. É preciso evitar aqueles que, por suas ações, já provaram que são incompetentes para administrar nossa cidade.

Goiânia precisa ser cuidada como Iris Rezende cuidou. Com a proximidade do pleito que vai escolher o próximo prefeito da capital, é necessário um esforço concentrado de esclarecimento aos eleitores goianienses, a fim de que evitem os aventureiros, sob pena de assistirmos a degradação total da capital goiana, e com um agravante: hoje não temos mais Iris para consertar as coisas.

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