O promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld Barros, que chefia a Operação Famiglia, deflagrada hoje, 12/08, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás, disse, em entrevista, que a princípio não há indícios da participação de servidores públicos no esquema investigado pelo órgão, em que membros de uma mesma família eram proprietários de nove empresas, ao que tudo indica, criadas para fraudar licitações em órgãos públicos de Goiânia, como Comurg e Semas, e em outras cidades do interior.
As empresas participavam juntas de licitações e fraudavam o processo para garantir a vitória de uma das empresas do grupo. Nos últimos 10 anos, pelo menos R$ 102 milhões de dinheiro público chegou aos cofres das empresas. As investigações dizem respeito a supostos crimes praticados entre os anos de 2009 a 2016.
De acordo com o promotor, a princípio trata-se de uma organização criminosa apenas empresarial, em que as empresas de um mesmo grupo participavam dos processos licitatórios e conseguiam, em conluio, apresentar propostas previamente combinadas e assim passarem de fases em conjunto, podendo escolher qual venceria o certame. “Em princípio, os órgãos públicos são vítimas. Pode chegar a um ponto de omissão ou conivência, só a apuração vai dizer”, diz.
Foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e temporárias, além de outros de busca e apreensão, inclusive em endereços do secretário Municipal de Assistência Social de Goiânia, Mizair Lemes Júnior, que declarou não ter nenhuma participação no esquema. Uma das empresas do grupo venceu licitação para fornecimento de 75 mil cestas básicas à Prefeitura de Goiânia, que estão sendo distribuídas pela Semas a famílias carentes da capital.
“Tudo o que fiz aqui foi de acordo com a orientação jurídica. Nunca tinha visto esse pessoal e nem sabia que já tinham contratos com a Comurg.” A empresa chegou a entregar 30 mil cestas, em que 5 mil foram devolvidas porque alguns itens não estavam de acordo com o contrato, que está em processo de cancelamento”, diz Mizair.
Com informações do Jornal O Popular