O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) deve enfrentar mais uma ação penal, dessa vez, na justiça federal. Denunciado no âmbito da Operação Cash Delivery, comandada pelo Ministério Público Federal em Goiás, Marconi Perillo havia sido, a princípio, beneficiado por entendimento do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que supostos crimes de caixa 2 deveriam ser processados pelo juízo eleitoral.
Assim, a ação penal contra o tucano foi enviada à justiça eleitoral em 2019. No entanto, depois que o juiz eleitoral Mábio Antônio Macedo, da 135ª Zona Eleitoral de Goiânia, decidiu que não havia crime eleitoral na denúncia contra Perillo, o tucano volta a responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Justiça Federal. Notícia publicada no Jornal O Popular online de ontem, 02/09, informa que a denúncia foi recebida pela JF e que os acusados, incluindo o próprio Marconi Perillo e o ex-presidente da Agetop e homem forte do governo tucano, Jayme Rincon, serão citados da decisão.
A denúncia contra Marconi Perillo é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato. Segundo o MPF, quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina em troca de favorecer interesses da empreiteira Odebrecht relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás.
A notícia de que o tucano estaria na iminência de se tornar réu em ação penal foi recebida com cautela no meio político. Partidos e possíveis candidatos às eleições do ano que vem e que sinalizavam aproximação com o tucano dizem que preferem esperar os desdobramentos judiciais e o impacto político que isso pode ter, para, então, decidirem sobre eventuais alianças com o PSDB goiano.
Marconi ainda não decidiu se vai concorrer para cargo eletivo nas eleições de 2022, embora tenha participado mais efetivamente de encontros políticos pelo interior do estado. Analistas avaliam que, com o recebimento da denúncia pela JF, o tucano terá um problema a mais em ano eleitoral, já que será inevitável a exploração política das causas da abertura da ação penal.