Nos últimos dias, aliados do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) decidiram criar o movimento denominado ROMA, em alusão às iniciais dos nomes de Ronaldo e Marconi. Para o grupo de Caiado, a iniciativa isolada de integrantes do PSDB, sobretudo de prefeitos, não é vista como um problema, já que o governador não teria como intervir na iniciativa de uma legenda de oposição e é natural que eles apoiem o senatoriável do partido deles.
Porém, a cúpula da campanha à reeleição enxerga de forma bastante negativa a adesão de candidatos e lideranças de partidos da base a essa inciativa proposta por tucanos. O principal motivo é que Caiado passou os últimos anos destacando as ações responsáveis de seu governo, contrapondo com as irregularidades cometidas nos mandatos do PSDB em Goiás, com duras críticas à herança recebida. Caiado foi o responsável por quebrar, em 2018, o ciclo de 20 anos de poder do grupo marconista. Assim, não faria nenhum sentido um apoio, ainda que velado, a Marconi.
O ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, que lançou dobradinha com Marconi em Palmeiras de Goiás, foi duramente criticado pela coordenação da campanha caiadista. “Foi infeliz, precipitado e demonstrou que não tem lado”, critica um dos nomes mais próximos ao governador. A mesma fonte lembra que Caiado já disse publicamente que não tem conversa e nem acordo com Marconi.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o ex-secretário declarando apoio a Marconi Perillo para o Senado, mesmo o presidente do seu partido, Vilmar Rocha, ser o candidato do PSD ao Senado. Ismael tentou se justificar, dizendo que não considera que esse posicionamento seja contraditório, mas reforçou que é uma avaliação de quem é novo na política.
Segundo Ismael, o apoio ao tucano se restringe à cidade de Palmeiras e que nos outros 245 municípios está comprometido com a eleição de Vilmar Rocha. Na base aliada, as declarações de Alexandrino não foram bem recebidas e até a primeira dama, que tem liderado várias frentes da campanha caiadista, mostrou descontentamento com a adesão de aliados ao movimento ROMA.
A coordenação da campanha de Caiado cobrou que os aliados não façam material de campanha ‘casada’ com a de Marconi ao Senado. Os aliados são incentivados a escolher entre Vilmar Rocha (PSD), Alexandre Baldy (PP) ou Delegado Waldir (União Brasil), os três postulantes na base governista.