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Política

Tucano comemora aprovação de contas, mas a realidade mostra que Goiás estava insolvente em 2018

Depois da mudança de posição do Tribunal de Contas do Estado, que já havia emitido parecer prévio pela rejeição das contas dos tucanos Zé Eliton (hoje no PSB) e Marconi Perillo, referente a 2018, a Alego aprovou as contas de governos dos ex-governadores. Área técnica do TCE, no entanto, manteve posição e opinou pela rejeição das mesmas

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Na última terça-feira (08/11), a Assembleia Legislativa de Goiás aprovou as contas de governo de 2018 dos ex-gestores Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton, hoje no PSB. Em 2019, o plenário do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) julgou parecer prévio pela rejeição das contas dos tucanos, apontando, entre outros ilícitos, que o resultado orçamentário e financeiro das contas de Perillo e Eliton foi de R$ 3,5 bilhões negativos. Somando-se os restos a pagar dos exercícios anteriores e, ainda, as despesas não empenhadas, acrescidos da indisponibilidade de caixa, a unidade técnica concluiu que, ao final de 2018, o rombo nas contas públicas do Estado foi superior a R$ 7 bilhões.

O primeiro julgamento do parecer se deu em julho de 2019. No entanto, em junho do ano seguinte, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás concedeu aos ex-governadores mandado de segurança para anular a votação do parecer pelo pleno do TCE-GO e determinou que o processo retornasse ao tribunal para ser retomado do ponto em que deveriam ter sido intimadas as partes para apresentação de defesa prévia. Nesse segundo julgamento, a corte de contas acabou emitindo parecer prévio pela aprovação das contas, muito embora o entendimento da área técnica, que, em tese, deveria subsidiar a decisão dos conselheiros, foi pela rejeição das mesmas.

Ao comentar sobre a aprovação das contas pela Alego, Marconi Perillo disse que a decisão do legislativo goiano seria uma “confirmação de que todas despesas constitucionais vinculadas ao orçamento durante os anos que estive à frente do governo estadual foram todas cumpridas”, o que não se verifica na prática.

A área técnica do TCE-GO apontou que no ano de 2018 os tucanos não cumpriram a vinculação em gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, com violação ao artigo 212, da CF, também repassaram recursos a menor ao FUNDEB, com violação ao Acórdão TCE 121/2016 e ao artigo 82, do ADCT/CF, não cumpriram a vinculação de gastos com o Fundo Cultural, com violação ao artigo 8º, da Lei Estadual 15633/06, entre outros ilícitos que à luz dos manuais de contabilidade pública exigiriam a rejeição das contas.

Para o conselheiro Celmar Rech, que divergiu do relator no segundo julgamento das contas de Marconi e José Eliton, a realidade contábil do Estado de Goiás ao final de 2018, para além dos inaceitáveis efeitos de maquiagem fiscal, promoveram a desestabilização das contas públicas, vez que comprometeu o orçamento subsequente.

“Foram R$ 2,2 bilhões de despesas não registradas no Balanço Anual do Estado. Desses, mais de R$ 1,2 bilhão referente a despesas com folha de pagamento do Poder Executivo, além de R$ 113 milhões com o serviço da dívida. Esta Corte nunca havia se deparado com tal irregularidade. A identificação da massiva monta não contabilizada oriunda da mais significativa despesa do orçamento estadual representa afronta inédita ao ordenamento jurídico, financeiro e contábil”, pontuou.

Ao assumir o governo, em janeiro de 2019, o governador Ronaldo Caiado encontrou o Estado insolvente, devendo as folhas de pagamento de novembro e dezembro e com apenas R$ 11 milhões em caixa para fazer frente a obrigações imediatas de mais de R$ 7 bilhões.

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