A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, esteve em Goiânia na manhã desta segunda-feira (19/06), onde cumpre uma série de agendas, entre elas uma reunião com reitores de instituições de ensino superior do Estado. A deputada foi a entrevistada do programa Jackson Abrão Entrevista, do jornal O Popular, e falou sobre o embate com o governador Ronaldo Caiado (UB) na CPI do MST da Câmara. Demonstrando respeito ao gestor goiano, Hoffmann disse que não se considera uma incendiária política, mas que tem suas convicções políticas e as defende sempre que necessário. Ela também ressaltou a coerência política do governador Ronaldo Caiado.
“Eu tenho minhas posições políticas e as defendo, como o governador Caiado defende as dele. Eu nunca vi ele (Ronaldo Caiado) abrir mão de defender suas posições políticas”, lembrou a deputada. Para a petista, a defesa enfática daquilo que se entende como ideal é da própria política e não teria sentido se fosse diferente. “Eu faço política para defender posições, pra tentar fazer com que as posições que nós acreditamos possam ser colocadas na sociedade. Se for para ficar uma geléia, não adianta fazer política”, explicou.
De espectros políticos antagônicos – Caiado se declara de direita e Gleisi de esquerda -, a petista disse que na própria CPI defendeu interesses do agronegócio, porque, segundo ela, vários desses interesses, tanto do MST quanto do Agro, não são contraditórios e ambos podem coexistir. “Meu estado (PR) tem muito investimento em Agro, e isso é importante para o país”, lembrou.
Para Ronaldo Caiado, defensor intransigente do direito à propriedade privada e contrário às invasões de terras, a reforma agrária no Brasil precisa ser debatida com responsabilidade, e, segundo o governador goiano, essas discussões políticas devem se dar no campo da argumentação, evitando que sejam carregadas de ódio.
“Esse processo de reforma agrária precisa ser debatido, mas de uma forma responsável. A pessoa está assentada, não simplesmente jogada ali”, disse o governador. Na avaliação de Caiado, é altamente questionável o processo em que cidadãos são submetidos a uma situação precária, sem alternativas para desenvolver qualquer atividade que promova sua emancipação da condição de vulnerabilidade. “Vá ver a maneira como essas pessoas estão vivendo. Em condição sub-humana. Isso não pode ser chamado de reforma agrária”, criticou.