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Política

Caiado descarta deixar União Brasil para concorrer a presidente da República em 2026

O governador goiano disse não ver possibilidade de uma troca de legenda com vistas ao pleito de 2026, e lembrou que o seu partido tem bons quadros, bons políticos, pessoas com conteúdo e o que precisa ser feito agora é a busca de alianças, com o objetivo de se criar estrutura partidária suficiente para enfrentar a disputa nacional

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Ronaldo Caiado acredita que o União Brasil não se furtará ao lançamento de um candidato para presidente da República em 2026

Em entrevista ao Portal Metrópoles, divulgada nesta quarta-feira (25/10), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reafirmou seu desejo de concorrer a presidente da República em 2026 e descartou a hipótese de deixar o seu partido, o União Brasil, para buscar uma possível candidatura por outra legenda. Perguntado se o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seria uma opção, caso o União Brasil não leve seu nome adiante, Caiado foi peremptório e disse não ver chances disso ocorrer.

“Não. Eu não vejo essa condição, até porque não é uma característica de Ronaldo Caiado. Eu, em 1989, criei o PSD para concorrer a presidente. Depois entrei no PFL e nunca mais mudei de partido. O PFL, o DEM, o União Brasil é o mesmo partido. Então, eu tenho um grupo de colegas muito bom dentro do partido, temos bons quadros, boas pessoas na política, com boa capacidade de debate, de conteúdo, e sempre fizemos a boa política. O que precisamos buscar são alianças, composições políticas”, explicou.

Caiado lembrou que um partido que tem tempo de televisão é muito importante numa campanha eleitoral, mas defendeu que aqueles que tem competência para aglutinar as forças políticas conseguem fazer composições, inclusive nos estados, que vão dar sustentação ao projeto político desse grupo. Segundo o governador goiano, quando os princípios ideológicos se assemelham, não há a menor dificuldade de se compor uma grande aliança, no seu caso, com os partidos de centro-direita existentes no Brasil.

O União Brasil é hoje a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, com 61 parlamentares, e segunda maior do Senado, com 14 senadores. O partido tem ainda três governadores. Caiado é visto por seus correligionários, principalmente os remanescentes do antigo DEM, como o nome com potencial político/administrativo suficiente para se apresentar como candidato a presidente nas próximas eleições. Recentemente, o ex-prefeito de Salvador e atual secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, fez vários elogios a Caiado e disse que o governador goiano é um grande nome da oposição nacional.

Sobre o fato do União Brasil integrar a base de apoio ao governo Lula, Caiado disse que é preciso separar o que é governabilidade e o que é campanha eleitoral. De acordo com o goiano, que vislumbra uma transformação em curso para dar maior homogeneidade à legenda, o União Brasil precisa se expressar, precisa ter posição, precisa saber como é que ele vai enfrentar os temas que são colocados. Para Caiado, partido que não opina não é ouvido.

“O União Brasil é um partido que precisa saber qual é o rumo dele, como é que ele vai se comportar perante uma política. Se temos quadros, se somos ums dos maiores partidos do Congresso, então, mais do que nunca, temos que estar preparados pra isso”, ressalta. O governador afirmou que o partido terá uma reunião da executiva no dia 6 de novembro e, a partir daí, será marcada a data da antecipação da eleição para o mês de fevereiro, o que deve mudar o curso da sigla.

Apoio de Bolsonaro

Caiado adiantou que, caso consiga viabilizar sua candidatura a presidente, vai sim buscar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas que ainda reúne uma grande força eleitoral Brasil afora. O governador de Goiás lembrou que sua relação com Bolsonaro foi a mais respeitosa possível, mas destacou que tem o seu próprio estilo de governar, e reforçou que não abre mão das suas convicções políticas, nem tampouco dos seus princípios e valores que são caros à sua consciência.

“Minha relação com Bolsonaro não é de agora, ela vem dos 24 anos que passamos juntos no Congresso, e a convivência com ele sempre foi, como tenho com outras pessoas, muito respeitosa, mas eu guardo sempre a minha independência. No primeiro turno para as eleições em Goiás ele apoiou um outro candidato contra mim, eu ganhei no primeiro turno, e nem por isso eu deixei de apoiá-lo no segundo turno. Como estava polarizado entre Lula e Bolsonaro, eu apoiei Bolsonaro, entrei na sua campanha. Sempre o recebi em Goiás, como recebo os ministros do governo, converso, sento, dialogo. E, caso eu venha a ser candidato, lógico que eu vou buscar o apoio dele. Agora, eu tenho o meu estilo de governar. Isso é próprio de cada um. Ele (Bolsonaro) tem o estilo dele, eu tenho o meu, o Lula tem o dele”, explicou.

Para o governador de Goiás, Bolsonaro é uma aliado que ainda tem, sem dúvidas, um grande poder de transferência de voto e acredita que ele vai ter grande influência na eleição de 2026. Para Caiado, no entanto, é fundamental que o político que pretenda disputar a presidência tenha, sobretudo, autonomia e possa, dentro do seu estilo, aplicar seu conhecimento e defender suas convicções, lembrando que foi eleito e reeleito em Goiás justamente porque a população conhece a sua personalidade.

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