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Política

Aliança entre PL e o MDB de Daniel Vilela em 2026 depende do interesse de Ronaldo Caiado, diz Bolsonaro

Ex-presidente falou à Rádio Bandeirantes de Goiânia na manhã desta sexta-feira (30) e foi bastante econômico sobre os meandros da política goiana. Bolsonaro foi o grande derrotado em Goiânia e Aparecida nas últimas eleições municipais

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Em entrevista, Jair Bolsonaro deixa aberta a possibilidade de aliança com o MDB de Daniel Vilela para 2026 em Goiás

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes de Goiânia, na manhã desta sexta-feira (31), que não se oporia à uma aliança política entre o senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, e o atual vice-governador do Estado, Daniel Vilela, presidente do MDB goiano, com vistas às eleições de 2026. Bolsonaro disse que, havendo interesse do governador Ronaldo Caiado, não vê problema nenhum nessa composição. Segundo o liberal, só não há possibilidade de acordo com o PT do presidente Lula.

“Não pode é com o PT [aliança política]. O resto, fica à vontade. Se tiver interesse do Caiado, do Wilder, da minha parte, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro.

A declaração de Bolsonaro soa como um “salvo conduto” para o seu correligionário, o vereador Vitor Hugo, que foi ameaçado de expulsão depois de ter intermediado encontro entre Daniel Vilela e o próprio Bolsonaro, que ocorreu no fim do ano passado, em Brasília. Depois que a reunião entre os dois líderes políticos se tornou pública, Vitor Hugo foi acusado de traição ao partido e ameaçado de expulsão pelo então presidente do diretório metropolitano da legenda, deputado Gustavo Gayer.

Na época, Gayer, em nota pública, disse que não tinha autorizado Vitor Hugo a estabelecer diálogos com adversários em âmbito estadual e que não iria tolerar novas condutas como aquela protagonizada por Vitor Hugo. Em resposta às ameaças de expulsão, o agora vereador do PL afirmou que não precisava de autorização de quem quer que fosse para estar e conversar com Bolsonaro. A anuência de Bolsonaro a uma eventual aliança entre o PL e o MDB em Goiás, representa, de certa forma, a absolvição sumária de Vitor Hugo em face de qualquer processo interno que poderia sofrer dentro do PL.

Ronaldo Caiado

Jair Bolsonaro evitou falar sobre sua relação com Caiado e não se alongou em questões que envolvem o governador goiano. Ele reconheceu a grande popularidade de Caiado, mas, sobre o sucesso da política de segurança pública que reduziu drasticamente os índices de criminalidade em Goiás, o ex-presidente foi econômico e preferiu relativizar o fato do estado governado por Caiado estar entre os mais seguros do país.

Desde o fim das eleições municipais do ano passado, quando os candidatos de Bolsonaro foram derrotados pelos candidatos apoiados por Caiado em Goiânia e Aparecida de Goiânia, houve um distanciamento entre os dois líderes políticos. Na condição de pré-candidato a presidente da República, Caiado tem afirmado que, independente de quem seja os demais candidatos, vai disputar o Planalto em 2026, descartando qualquer condicionante para seu objetivo. Já Bolsonaro afirmou na entrevista que não abre mão da sua candidatura, mesmo estando inelegível até 2030.

Após as vitórias em Goiás, principalmente nos dois maiores colégios eleitorais, Caiado ironizou o comportamento de Bolsonaro no pleito municipal de Goiânia. “Diferente dele [Bolsonaro], eu mostrei que sei ganhar eleições”. Durante a campanha, Caiado ouviu ataques gratuitos de Bolsonaro e preferiu não reagir, respondendo nas urnas às agressões do ex-presidente.

Daniel Vilela

Pré-candidato natural à sucessão de Ronaldo Caiado em 2026, Daniel Vilela também falou sobre a reunião que teve com Jair Bolsonaro no ano passado e sustentou que esse tipo de encontro é algo absolutamente corriqueiro nos bastidores políticos e prática comum entre líderes partidários.

“O que nós fizemos foi algo normal, corriqueiro, e que todos os partidos e líderes políticos, que têm maturidade política, que têm inteligência fazem, que é dialogar e conversar. Se vamos estar juntos no próximo processo eleitoral ou não, é outra história. A conjuntura nacional, a conjuntura local, é quem vai dizer”, frisou.

Naquela oportunidade, Daniel negou que tivesse tratado da sucessão em Goiás com Bolsonaro. “Eu não fui lá pra pedir partido, para garantir candidatura. Ninguém pode garantir nada de forma tão antecipada”, pontuou.

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