Após prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal no processo em que é acusado de chefiar uma organização criminosa que tentou executar um golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) enfrenta crescente ceticismo entre seus próprios aliados quanto às chances de absolvição.
Nos bastidores da oposição, a percepção dominante é a de que a situação jurídica do ex-presidente é quase irreversível, e que a insistência em manter-se como figura central da direita até 2026 pode comprometer seriamente os planos do campo conservador. Diante desse cenário, cresce o apelo por pragmatismo político: é hora de pensar na sucessão.
A avaliação entre lideranças da direita é de que Bolsonaro precisa reconhecer a inviabilidade de sua candidatura e, até abril de 2026, indicar um nome capaz de unir o campo conservador para enfrentar o presidente Lula, que deve buscar a reeleição. Há nomes cotados com boa aceitação popular, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, hoje o chefe do Executivo estadual mais bem avaliado do país.
Caiado representa um perfil mais moderado e institucional, características que podem ampliar o eleitorado da direita. O goiano, inclusive, é o único que já lançou oficialmente sua pré-candidatura ao Planalto. De acordo com a pesquisa Quaest, entre dezembro do ano passado e maio deste ano, Caiado cresceu 13 pontos percentuais numa eventual disputa de segundo turno com Lula.
Para evitar nova derrota para o presidente Lula (PT), a direita precisa, já agora, reorganizar-se em torno de uma candidatura viável e competitiva, longe da dependência exclusiva de Jair Bolsonaro e do seu núcleo mais radical, avaliam integrantes da direita brasileira.
PL já trabalha para capitalizar imagem de Bolsonaro preso
Segundo o que tem sido divulgado na imprensa nacional, o PL, partido de Jair Bolsonaro e dirigido por Valdemar da Costa Neto, já fala em capitalizar a imagem de “preso político” do ex-presidente, caso ele seja mesmo condenado no STF.
A estratégia, dizem, é mobilizar apoiadores nas ruas para mais manifestações em apoio a Bolsonaro. Se o liberal for preso, fala-se em acampamentos em frente à prisão e mobilizações populares País afora.
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