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Política

Caiado diz que governo Lula é omisso na área da segurança pública e promete mostrar ao Brasil experiência que deu certo em Goiás

Governador defende descentralização de poder, ampliação de presídios e atuação coordenada com países vizinhos

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Caiado critica PEC da Segurança Pública proposta pelo governo federal: "É preciso dar autonomia para os estados", sustenta

À frente do Estado que mais se destaca pelos resultados obtidos na Segurança Pública, o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) explicou, nesta quarta-feira (9/4), como pretende replicar no restante do Brasil o trabalho desenvolvido em Goiás caso seja presidente da República. Para ele, a principal medida gira em torno do enfrentamento ao narcotráfico, fato historicamente ignorado pelo governo Lula. “Nunca houve nenhuma política dos governos do PT de enfrentamento às facções, que avançam cada dia mais”, pontuou o governador goiano, que é pré-candidato às eleições presidenciais de 2026.

Caiado destacou que o sucesso das políticas públicas depende, antes de tudo, da capacidade de compreender a realidade local e enfrentar diretamente os principais gargalos. Por isso, defende a autonomia dos Estados na gestão da segurança pública, em contraposição à PEC da Segurança, proposta pelo governo federal, que, segundo ele, concentra excessivamente o poder em Brasília. “É preciso respeitar os entes federados. O que vemos hoje é o contrário, é o governo querendo concentrar o poder dentro de Brasília”, afirmou em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan.

“Primeiro, é necessária uma mudança que faça com que a estrutura estadual tenha mais poder no enfrentamento e nas penas dos crimes cometidos ali”, explicou o pré-candidato. “Isso para que os estados possam ter medidas rápidas em relação aos crimes que estão sendo praticados, e que têm motivado insegurança em seu território”, continuou. Como exemplo, citou os incêndios criminosos cometidos em Goiás, em agosto de 2024. Na ocasião, Caiado determinou, via projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, que fosse um crime inafiançável. Posteriormente, no entanto, a norma foi invalidada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A segunda ação de Caiado para segurança pública do país versa sobre o sistema penitenciário. “A maioria dos presos, hoje, estão sob tutela dos Estados, mas ao mesmo tempo são crimes de responsabilidade federal. Seria, então, ampliar para 300 mil vagas a mais nos presídios do Brasil, de acordo com as necessidades de cada um”, defendeu.

Em terceiro, citou criar uma força de segurança com inteligência e operacionalidade. “É também fazer com que haja um repasse dos fundos que não fossem contingenciados, e que chegasse a todas as polícias militares, em parceria com a polícia estruturada federal, com armamento do que tem de mais sofisticado, drones de longa distância, satélites de inteligência”, especificou.

Caiado também falou em estabelecer e fortalecer o diálogo junto a outros países, com foco no combate ao narcotráfico. “É criar uma articulação internacional, uma mesa de negociações com a Bolívia, o Peru e a Colômbia, que são países onde há produção de cocaína, para que buscássemos uma ação conjunta. E complementaria com uma força capaz e integrada, junto com as forças armadas brasileiras, para retomar a Amazônia, o Morro do Borel [no Rio de Janeiro], Salvador, Fortaleza e outros tantos estados onde as facções governam mais que os governadores”, enumerou.

Criminalidade despenca em Goiás

Nos últimos seis anos, Goiás registrou quedas expressivas nos principais indicadores de criminalidade. O roubo a banco foi zerado no estado, enquanto outros crimes também apresentaram reduções significativas entre 2018 e 2024. O roubo de cargas caiu 97%, passando de 435 para apenas 13 casos; o roubo de veículos recuou 93%, de 10.104 para 756 registros; o roubo a transeuntes teve queda de 88%, de 46.270 para 5.645 ocorrências; o roubo em comércios diminuiu 87%, de 3.518 para 452 casos; e o roubo a residências caiu 79%, de 2.349 para 485. Já os homicídios dolosos tiveram redução de 55%, passando de 2.118 para 945 registros no mesmo período.

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