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Política

Caiado elogia habilidade política de Lula e diz que é cedo para cobrar o petista

O governador de Goiás, em entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta quinta-feira (30/03), ratificou sua posição em defesa da democracia e das urnas eletrônicas, lembrou os primeiros atos do presidente da República e avaliou que é preciso dar tempo para que o petista consiga recolocar o Brasil no rumo certo

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Governador Ronaldo Caiado sobre o governo Lula: "não vamos avançar num diagnóstico precoce"

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta quinta-feira (30/03), que é preciso dar tempo ao presidente Lula para que ele consiga implementar as suas políticas de governo e, assim, recolocar o país no rumo certo. Para Caiado, os primeiros dias de governo, em geral, são realmente de dificuldades, onde aquele que chega precisa formar a sua equipe, contemplar aqueles que foram responsáveis pela vitória, e definir suas prioridades. Por isso, avalia o governador, é preciso dar esse tempo ao novo governo e evitar fazer diagnósticos antecipados.

“Esses primeiros dias são muito turbulentos. É uma luta enorme para ocupação de espaços, é um processo que coloca o governante frente a milhares de problemas que ele precisa resolver”, explicou. Reafirmando seu compromisso com a democracia e com o respeito às urnas, Caiado entende que seria precoce fazer qualquer avaliação sobre o governo do presidente Lula. “Não vamos avançar num diagnóstico precoce, já que os sintomas são ainda de um curto espaço de tempo”.

O governador goiano elogiou a habilidade política de Lula e lembrou que o petista, num dos primeiros atos depois de assumir o cargo, convidou todos os governadores para discutir, entre outros temas, a pacificação do país e de como ajudá-los nas obras em seus estados. Para Caiado, esse gesto não pode ser menosprezado e mostra a boa intenção do petista.

“É lógico que não se pode menosprezar a experiência que o presidente Lula tem do ponto de vista político. Ele, com 27 dias de mandato, convidou todos os governadores para que pudéssemos priorizar nossas obras. E ele permaneceu lá nos ouvindo por quatro horas. Sem dúvidas, haverá muitos pontos sobre os quais vamos discordar, mas dentro de uma maneira respeitosa, prevalecendo aquilo que a democracia nos impõe. A parte administrativa supera todas as outras”, ponderou.

Ao defender que é preciso dar ao eleito um prazo antes de efetivamente cobrá-lo, Ronaldo Caiado lembrou que quando assumiu seu primeiro mandato de governador em Goiás, encontrou uma situação, segundo ele, de completo desmonte, de muita dificuldade fiscal e financeira, mas que tudo foi superado. “Quando assumi o governo, também passei por um verdadeiro calvário, não foi fácil. Por isso, eu acho que o julgamento antecipado é difícil de ser feito, para que a gente não seja injusto com alguém”, frisou.

Indagado sobre se há um vácuo de lideranças na oposição, diante de tudo que aconteceu no Brasil nos últimos meses, sobretudo pelas atitudes do candidato derrotado à presidência, Jair Bolsonaro (PL), que teria optado por se recolher noutro país, Caiado avaliou que o comando da oposição no Brasil será exercido por aquele que conseguir mostrar que construiu algo que foi efetivamente proveitoso para o povo brasileiro, distante de posições extremadas.

“A nível nacional, quem pode efetivamente comandar um processo de oposição é quem mostrar que realmente conseguiu construir algo. O brasileiro já está cansado de posições extremadas. Ninguém aguenta mais essa discussão beligerante que tomou a política brasileira, ninguém mais tem estômago para isso. O Brasil quer um processo de acalmia, quer eleição, quer resultado, mas ele não tolera mais esse enfrentamento, esse quadro de um vai pro céu e o outro vai pro inferno. Só vai ter sucesso na oposição no Brasil, quem agir com inteligência, com argumentos, com conteúdo, com capacidade de debater, e o lado raivoso, que mostra total incapacidade de argumentar, esse aí vai ser cada vez mais desprezado pela população”, apostou.

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