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Artigo de Opinião

Eventual derrota de Mendanha numa possível eleição majoritária em 2022 seria um excelente negócio para supostos aliados que hoje o incentivam

Ex-correligionários do prefeito de Aparecida de Goiânia entendem que Gustavo Mendanha está sendo induzido ao erro e que, para os supostos aliados que hoje o incentivam, como é o caso do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), uma eventual derrota do ex-emedebista também seria um excelente negócio, já que Mendanha deixaria de representar um adversário para o futuro

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Nos bastidores, uma dúvida tem movimentado as rodas da política goiana: será que o atual prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), vai mesmo deixar a gestão da segunda maior cidade do Estado para concorrer ao cargo de governador de Goiás nas eleições de outubro próximo? As opiniões estão divididas, mas as análises mais consistentes dão conta de que Mendanha não vai arriscar sua carreira nessa aventura que mais serve aos outros políticos do que a ele próprio.

Segundo essa corrente que acha que Mendanha não vai arriscar todo o seu capital político numa única eleição, o argumento é que uma eventual candidatura do prefeito de Aparecida terá um custo muito alto para o jovem político, que pode representar, inclusive, sua aposentadoria prematura da vida pública, já que, caso concorra ao pleito de 2022 e não logre êxito, ficará, no mínimo, quatro anos sem um cargo eletivo que lhe dê visibilidade e isso pode ser fatal para a sua até então promissora carreira.

Na avaliação dessa turma, Gustavo Mendanha estaria, na realidade, servindo como “boi de piranha” de um grupo de políticos experimentados e que foi exonerado pelas urnas em 2018, mas que busca alternativas de voltar ao cenário da política goiana em oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM).

O incentivo à uma possível candidatura de Mendanha tem partido, principalmente, do PSDB do ex-governador Marconi Perillo e do próprio tucano, que vê no ex-emedebista um nome capaz de encabeçar uma chapa majoritária que, independente de ser vitoriosa, pelo menos poderá ancorar as chapas às eleições proporcionais do PSDB com alguma chance de sucesso. A intenção de Perillo, dizem, é viabilizar sua eleição à Câmara dos Deputados.

Ex-correligionários de Mendanha vão além. Segundo eles, para Marconi Perillo e toda turma oposicionista, um eventual fracasso de Mendanha nas eleições majoritárias do ano que vem viria muito bem a calhar, já que sepultaria a carreira de um promissor político que poderia, caso resolvesse voltar aos quadros do MDB de Daniel Vilela, colaborar, e muito, com o projeto emedebista de retomar a hegemonia política em Goiás.

A decisão de Gustavo Mendanha não será nada fácil de ser tomada. Caso resolva mesmo encarar as eleições de 2022 como candidato ao Governo, o atual prefeito de Aparecida de Goiânia terá que deixar o mandato em Aparecida até, no máximo, 2 de abril do próximo ano, uma renúncia que não tem volta.

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