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Política

Marconi busca emplacar discurso para amenizar rejeição em Goiás. Tucano aposta na desqualificação das inúmeras denúncias que pesam sobre ele

Para analistas políticos, o tucano pode ter dificuldades para conseguir reduzir sua rejeição. Isso, avaliam, vai depender da arena que o ex-governador escolha para estabelecer o debate sobre suas gestões e as inúmeras acusações de improbidade administrativa que enfrenta na justiça. Se optar por uma eleição majoritária, a tendência é que o tucano fique muito exposto e isso pode ter um peso grande e, consequentemente, uma dificuldade maior para resgatar seu nome junto ao eleitorado goiano

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Animado com os números da primeira rodada da pesquisa de intenção de voto para o governo de Goiás Serpes/Acieg, divulgada na última quinta-feira (27/01), que o colocam em segundo lugar, com 14,1% das intenções de voto, o ex-governador Marconi Perillo parece disposto a retornar, de vez, ao cenário político goiano, de onde se afastou desde a derrota para o Senado, em 2018, quando foi apenas o quinto colocado naquela eleição.

Em entrevista ao jornal O Popular, o tucano deu o tom do discurso que deve adotar de agora em diante para diminuir a rejeição ao seu nome e consolidar sua volta ao jogo.

Pelo que se depreende da sua fala, Marconi Perillo deve apostar na desqualificação das inúmeras denúncias que lhe pesam sobre as costas, como, por exemplo, mais de duas dezenas de ações de improbidade administrativa, instauradas a partir de 2018, último ano da sua quarta gestão à frente do executivo estadual, além de acusações de natureza penal envolvendo recebimento de propinas e lavagem de dinheiro, como foi denunciado pelo Ministério Público Federal em Goiás a partir das investigações da Operação Cash Delivery.

Tucano pode ter dificuldades

Para analistas políticos, o ex-governador pode ter dificuldades de emplacar o discurso que ensaiou na entrevista ao jornal, a depender da arena escolhida para o debate. Se optar pela majoritária, a tendência é o tucano ficar extremamente exposto e aí todo esse passivo que ele acumula pelo desgaste, além do natural, de 20 anos de poder em Goiás, terá um peso gigantesco, que pode não ser suportado por ele enquanto candidato.

Optando pela disputa proporcional, talvez Marconi consiga se sair melhor, muito embora falte ao seu partido, o PSDB, estrutura eleitoral para um pleito que não vai contar com coligações partidárias, avaliam. Vale lembrar, ainda, que o Tribunal de Contas do Estado de Goiás, por decisão da maioria dos seus conselheiros, votou parecer pela rejeição das contas de 2018 de Marconi Perillo e José Eliton, enumerando uma série de inconsistências que contrastam veementemente com o discurso de Perillo e que, em sentido oposto, corroboram as denúncias de má gestão das contas públicas goiana.

Embora o parecer que rejeitou as contas dos tucanos tenha, por força de decisão judicial, retornado à corte de contas para que eles pudessem ser ouvidos naquele tribunal, o fato é que, no mérito, o relatório do TCE-GO prova os rombos encontrados pela gestão de Ronaldo Caiado (DEM) no caixa do Estado, em 2019.

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