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Política

Momento ruim da economia brasileira decorre de erros do Governo Federal na condução da política econômica, avalia economista goiana

Para Ana Abrão, depois de três anos de fracasso na condução da sua agenda econômica, o ministro Paulo Guedes parte para uma espécie de desespero. “A essa altura, o ministro está, ele mesmo, tentando animar o mercado, trazer alguma expectativa, mas a verdade é que ele já perdeu a credibilidade pra isso. Ninguém acredita mais”, frisa

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A economista Ana Carla Abrão, sócia da consultoria americana Oliver Wyman no Brasil, disse em entrevista à jornalista Cileide Alves, do jornal O Popular, que a inflação experimentada no Brasil hoje decorre, principalmente, de problemas domésticos que não podem ser confundidos com as consequências advindas da grave crise sanitária que tomou o mundo em 2020.

Para a economista, que já ocupou o cargo de secretária de Fazenda do Estado de Goiás no início do quarto mandato de Marconi Perillo (PSDB), entre 2015 e 2016, o presidente Jair Bolsonaro acerta parcialmente ao citar a inflação atual como um fenômeno global, causada, sobretudo, pelas ações de enfrentamento à pandemia do coronavírus, mas que é preciso pontuar que o Brasil tem relevantes problemas domésticos na área da economia que exercem muito mais pressão sobre os preços do que apenas a retração econômica experimentada pelo advento da Covid-19. “No nosso caso, especificamente, nós temos fatores domésticos muito mais importantes que não podem ser ignorados”, diz.

De acordo com Ana Carla Abrão, as causas da inflação no Brasil, que chegou a dois dígitos nos últimos 12 meses, estão diretamente ligadas à instabilidade política que o país atravessa, bem como à insegurança, inclusive jurídica, verificada nos últimos dois anos. Tudo isso, segundo ela, impacta diretamente no câmbio, que por sua vez eleva a inflação.

Também seriam causas diretas do aumento inflacionário a crise energética que o Brasil atravessa, o que teria, segundo a economista, impactado os preços administrados, que são aqueles produtos e serviços com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público.

“Eu diria que hoje, boa parte da inflação que a gente carrega, ela vem sim como consequência de erros de política econômica e de gestão pública por parte do governo federal”, explica.

Para Ana Carla, o desempenho cambial do Brasil, que foi o pior entre todos os países emergentes, e a má gestão da crise de energia, que segundo ela já vinha há muitos anos, são os pontos principais para a alta da inflação no país. A economista acredita, também, que a falta de experiência de Paulo Guedes no setor público contribuiu para o fracasso das suas agendas.

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