É senso comum que uma pesquisa eleitoral é o retrato do momento e não tem o condão de prever o futuro. Nesse sentido, pode-se afirmar que uma pesquisa eleitoral realizada a um ano e meio do pleito mostra-se um retrato pouco confiável para embasar qualquer prognóstico sobre as eleições municipais do ano que vem, que vão ocorrer no dia 6 de outubro de 2024. Divulgada neste domingo (18/06), a pesquisa quantitativa do instituto Goiás Pesquisas tem mais o objetivo de criar fatos para movimentar os bastidores da imprensa política, do que, efetivamente, medir as chances de possíveis candidatos a prefeito de Goiânia. De bom alvitre lembrar que o levantamento foi feito a pouco mais de nove meses de uma eleição estadual, e nada mais natural de que a lista de prefeitáveis fosse mesmo composta por aqueles que disputaram as eleições do ano passado.
Dos nove nomes listados na pesquisa de intenção de voto, apenas o senador Vanderlan Cardoso, o atual prefeito Rogério Cruz e Ana Paula Rezende, tida como a aposta do MDB para o pleito de 2024, não disputaram a eleição do ano passado. Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e segundo colocado na eleição para o governo de Goiás, aparece em primeiro lugar na pesquisa espontânea para prefeito de Goiânia, com 9,62% das intenções de voto.
Nos bastidores, avalia-se que os números de relevância presente que a pesquisa traz, o que de fato poderia ser visto com alguma importância para a disputa do ano que vem, são os que dizem respeito a boa avaliação do governador Ronaldo Caiado (UB) em Goiânia, a alta rejeição do atual prefeito e pretenso candidato à reeleição, Rogério Cruz (Republicanos), além da presença do nome de Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende e principal aposta do MDB para encabeçar a chapa majoritária na disputa pela prefeitura em 2024, na pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor aponta o candidato de sua preferência, sem que lhe seja apresentada uma lista com os nomes.
Segundo a pesquisa, Caiado tem 58,95% de avaliação positiva do eleitorado goianiense, o que o coloca na condição de cabo eleitoral capaz de decidir a disputa na capital. Já Rogério Cruz amarga uma rejeição de 26,15%, o maior entre todos os prefeitáveis, segundo o levantamento, o que faz acender a luz amarela no QG do republicano, porque, como dito, trata-se de uma aferição do presente, independente de campanha.
Da mesma forma, a pontuação de Ana Paula Rezende, 0,49% na espontânea, e 6,97% na estimulada, e a menor rejeição entre todos, segundo a pesquisa, é vista como um indicativo de que a emedebista começa a ganhar apelo eleitoral, mesmo sem ter se decidido sobre uma possível candidatura. Chama atenção também, o fato da filha de Iris Rezende figurar espontaneamente entre as opções do eleitor, mesmo sem nunca ter disputado eleições, diferente dos demais que aparecem no levantamento.
Outro consenso entre todos que discutem política em Goiás diz respeito a alianças partidárias que cada pretenso candidato a prefeito de Goiânia no ano que vem terá condições de construir. Neste ponto, o MDB, do vice-governador Daniel Vilela, sai na frente, porque, em tese, teria o apoio de Ronaldo Caiado e sua base. É muito pouco provável que a base governista deixaria de apoiar um candidato do MDB, haja vista a definição do que já existe para 2026. Nesse contexto, é indiscutível que, caso decida concorrer, Ana Paula Rezende tem um grande potencial para crescer nas pesquisas e chegar muito competitiva na eleição para a prefeitura de Goiânia.