Em entrevista ao jornal O Popular nesta quinta-feira (16/02), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), acabou admitindo que o comentário do seu secretário de Governo, Jovair Arantes (Republicanos), de que existiriam muitos “prefeitinhos” em Goiânia, feito na saída da visita que ele fez à Câmara Municipal de Goiânia na semana passada, realmente se refere a vereadores, que, segundo o chefe do executivo goianiense, vinham “aconselhando” a sua gestão.
Perguntado pela repórter do jornal se ele discordava da fala de Jovair Arantes, que insinuou que haveria uma tentativa de usurpação da função do prefeito da capital, Rogério Cruz, ainda que tentando ponderar, disse que não, e explicou sua visão sobre o comentário do auxiliar.
“Não é que eu discordo. Quando ele fala que existiam prefeitinhos, se resume na interpretação mesmo que eu falei: eram vereadores que chegavam, tinham ideias e passavam essas ideias. Agora quem executa as ideias sou eu, o prefeito. O termo que usou foi dele, agora a interpretação também foi dele. Mas quem ouve também tem suas interpretações. A minha interpretação é de que ele falou no sentido de vereadores ou algumas pessoas chegarem até o Executivo e passarem ideia e dizer: “acho que isso tem de ser executado”. E quando eu não executo, a pessoa reclama, fala que erramos, e começam os burburinhos de que o prefeito não quer fazer, e aí cria-se essa palavra prefeitinho”, explicou.
Nos bastidores, o sentimento é que a fala de Jovair Arantes, ao fim daquela reunião na Câmara, buscou diminuir o papel dos vereadores e reduzir a importância das críticas que eles vêm fazendo à administração de Rogério Cruz, cuja percepção geral é de inação com os problemas que afligem a cidade. Segundo Jovair, a capital “estava tendo prefeito demais” e que a cidade não pode ter “várias prefeituras, prefeitinhos” no comando da gestão.
Na avaliação de alguns vereadores, apesar do esforço de passarem uma mensagem positiva do encontro, o auxiliar do Paço, ao não citar nomes e nem especificar exatamente o que quis dizer com essa frase de efeito, acabou reduzindo a preocupação que os vereadores têm com a cidade à uma tentativa de atrapalhar, ou até de usurpar, a gestão de Cruz, dando às críticas dos vereadores um caráter eminentemente pessoal, o que não seria verdade.