O ex-presidente do PSD goiano, um dos principais nomes da política goiana, Vilmar Rocha, disse que Goiânia precisa de um prefeito que melhore a qualidade da gestão, já que, segundo ele, a capital vem sofrendo com uma administração de baixa qualidade. Sem citar expressamente o nome do correligionário e atual presidente do PSD em Goiás, Rocha indicou que o senador Vanderlan Cardoso é hoje o melhor nome para concorrer à prefeitura de Goiânia em 2024.
“Precisamos encontrar uma pessoa que seja capaz de tocar a Prefeitura de Goiânia. Precisamos encontrar a melhor opção porque somos críticos à atual gestão, que tem uma qualidade muito baixa, e a gente quer o melhor para a cidade. Queremos apresentar com o União Brasil e com o MDB um nome que a gente acredita que vai ser um bom prefeito”, disse Vilmar Rocha à coluna Giro, do jornal O Popular.
Embora o PSD integre a base aliada do governador Ronaldo Caiado, o senador Vanderlan não é visto como um aliado governista, sobretudo porque esteve em lado oposto a Caiado nas eleições de 2022, muito embora tenha sido apoiado pelo governador na eleição municipal de 2020, quando perdeu a eleição para Maguito Vilela (MDB). Recentemente, no entanto, Caiado e Vanderlan voltaram a se aproximar, muito em virtude de interesses comuns quanto à discussão sobre o texto da Reforma Tributária que tramita no Senado. Os dois concordam que pontos do texto prejudicam Goiás e juntos buscam meios para que isso seja corrigido na Câmara Alta.
Desde a decisão da advogada e empresária Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás Iris Rezende, de não concorrer ao pleito municipal do ano que vem, o MDB viu-se órfão de um candidato para a disputa na capital, já que o outro nome, Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, que está voltando ao partido, estaria impedido pela atual legislação de se candidatar ao cargo majoritário nas próximas eleições.
Sem nome viável no MDB, caberia ao União Brasil de Caiado indicar um candidato com possibilidades de vitória. A opção seria o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Bruno Peixoto, que já manifestou interesse na disputa. Nos bastidores, no entanto, a informação é que o governador não estaria disposto a abrir mão de Peixoto na presidência da Alego nos últimos dois anos da gestão. Também não é consenso na base governista que Peixoto seria de fato um candidato capaz de vencer o pleito, mesmo com toda força de cabos eleitorais como o próprio Caiado, Daniel e Gustavo Mendanha.
Nesse contexto, analistas avaliam que o nome de Vanderlan Cardoso surge com força suficiente para unir a base, sobretudo pelo pragmatismo que cerca a política. Primeiro, dizem, Vanderlan é um candidato forte, e tem demonstrado isso nos primeiros levantamentos de intenção de voto já realizados na capital. O pessedista aparece sempre entre os primeiros colocados, liderando muitas dessas pesquisas. O segundo ponto, que faz de Cardoso um aliado possível, são motivos ainda mais pragmáticos. Caso dispute e vença a eleição, o senador abriria vaga no Senado para seu suplente, que é ninguém menos do que Pedro Chaves, do MDB. Ou seja, de cara o partido de Daniel Vilela ganha um senador, pontuam.
A vitória de Cardoso também representaria um adversário a menos para Gracinha Caiado no seu projeto de disputar uma cadeira no Senado em 2026. A dificuldade na aliança, no entanto, residiria na desconfiança. Governistas dizem que é difícil garantir que os acordos firmados com Vanderlan serão cumpridos, e citam o episódio de 2022 para ilustrar a dúvida.
Do seu lado, Vanderlan diz que, inevitavelmente, ele, Caiado e Daniel deverão conversar sobre as eleições do ano que vem, e reivindica o fato de serem presidentes de partidos para justificar essa conversa. “Está chegando o momento de nós, como presidentes de partidos, conversarmos sobre a eleição de 2024. Caiado é presidente de partido e eu também, Daniel é presidente de partido e eu também”, frisou.
O senador lembra que, em diversos municípios goianos, o PSD vai fazer alianças com o União Brasil e MDB em 2024. Segundo ele, o diálogo com o governador e vice vai incluir as eleições de 2026: “Eu acho que sim, sem problema algum. A política é feita com diálogo”. Cardoso minimiza o fato de não ter apoiado Caiado na eleição do ano passado alegando que o seu partido, o PSD, não só apoiou a reeleição do governador, como também faz parte do governo. “Eu como senador apoiei outra chapa em 2022, mas o PSD está dentro do governo e ajudou na eleição para governador”, explicou.