Expressão usada para designar uma desordem, uma confusão ou um embaraço, o “Balaio de Gato”, no campo político, poderia ser entendido como uma verdadeira mixórdia, onde partidos de matizes ideológicas antagônicas firmariam alianças com o objetivo puramente pragmático de chegarem ao poder.
Na última terça-feira, 27/07, o ex-presidente Lula esteve em Goiânia e, em entrevista à Rádio Difusora, em outras palavras, pregou exatamente isso: que os partidos se juntassem para enfrentar o governador Ronaldo Caiado (DEM) nas eleições do ano que vem. O “balaio de gato” pregado por Lula implicaria numa aliança de partidos de esquerda, de centro e de direita, como PT e PSDB, que nunca estiveram juntos no Estado e cuja relação vem deteriorada desde 2005, quando o governador à época, Marconi Perillo, disse ter avisado o então presidente Lula de que o famigerado mensalão, um escândalo de compra de apoio no congresso, que terminou com a condenação de figuras importantes do PT nacional, estaria sendo operado no seu governo.
A pregação de Lula, no entanto, não empolgou os dirigentes de partidos de oposição em Goiás. O PSB, comandado pelo deputado federal Elias Vaz, ainda não descartou uma aliança com o DEM de Ronaldo Caiado e, como plano B, tem conversado com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), oferecendo-lhe a sigla para uma eventual candidatura a governador. Gustavo defende que o MDB lance candidatura própria, mas já disse que respeitaria a decisão do partido se a maioria decidir por apoiar Ronaldo Caiado.
Já o ex-governador José Eliton, presidente regional do PSDB, avalia que pode até coversar com o PT, mas isso não configuraria uma aliança. Recentemente, desautorizando José Eliton, inclusive, Marconi disse que PT e PSDB são como água e óleo, não se misturam.
A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, diz que vem defendendo essa ampla aliança há muito tempo, mas o grande empecilho para que esse “balaio de gato” chegue a termo em Goiás é justamente as dificuldades que esses partidos, como ja dito anteriormente, de matizes ideológicas distintas, teriam para superar suas diferenças e vaidades e aí então chegarem a um entendimento para saber quem encabeçaria a chapa majoritária.