Nos últimos dias, pelo menos três políticos experientes de Goiás se manifestaram a respeito de uma possível candidatura de Gustavo Mendanha (sem partido), prefeito de Aparecida de Goiânia, ao governo de Goiás nas eleições de outubro próximo. Todos eles acreditam que o ex-emedebista deve recuar da sua pretensão e continuar administrando Aparecida. Na avaliação desses experimentados políticos, Gustavo enfrenta cenários muito adversos do ponto de vista eleitoral, que certamente o levariam a um revés que pode custar, inclusive, sua carreira política.
Para o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (DEM), que foi companheiro de Gustavo Mendanha no MDB e que também teve divergências com Daniel Vilela, presidente do MDB goiano, em razão do pós 2018, esse ainda não seria o momento do prefeito de Aparecida se lançar a governador do Estado e, caso insista, poderá ser cobrado pela população que o confiou a administração da cidade.
“Ele será cobrado pela população de Aparecida, esse é o sentimento que a população – pelo menos em Rio Verde – tem com relação ao candidato que larga um cargo de prefeito e vai ser candidato a outro cargo”, disse em entrevista à Rádio Sagres.
Para o deputado federal Delegado Waldir (PSL), a situação de Mendanha não é das mais fáceis, uma vez que a oposição está desorganizada, sem condições de alianças que possam sustentar uma candidatura com viabilidade eleitoral para um pleito majoritário, ainda mais enfrentando um candidato à reeleição que está muito bem avaliado e com uma ampla aliança de apoio político já consolidada.
De acordo com Waldir, Mendanha “é um nome novo, que está se consolidando” e que é muito complicado deixar uma prefeitura poderosa como Aparecida para se lançar numa aventura eleitoral. “Avalio que pode acabar recuando”, aposta.
Já o deputado Bruno Peixoto (MDB), que também foi correligionário de Gustavo, pontua que o ex-emedebista tem exemplo recente que confirmaria a tese de que “aventuras políticas, como essa que ele está ensaiando, não prosperam”, e citou o exemplo de Antônio Gomide (PT), que em 2014 deixou a prefeitura de Anápolis com 80% de aprovação e se candidatou a governador. “No final, teve apenas 10% dos votos”, lembra o deputado.