O governador Ronaldo Caiado (UB), segundo sua assessoria, confirmou que estará na reunião dos governadores com o presidente Lula, em Brasília, no próximo dia 27 de janeiro. Promessa de campanha do petista, o encontro, de acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem o objetivo de marcar a retomada das relações institucionais entre União, estados e municípios, além, claro, de ouvir as principais demandas dos gestores estaduais nesse início de gestão. Será um dos primeiros atos oficiais de Ronaldo Caiado, desde a posse para o seu segundo mandato, inaugurado no dia 1º de janeiro. O governador se recupera de uma cirurgia no coração, realizada em 8 de dezembro do ano passado, e estará liberado para atos públicos no próximo dia 23.
Embora de espectros políticos diferentes, a boa relação entre Lula e Caiado tem sido a aposta de praticamente a unanimidade dos políticos goianos, sobretudo pela experiência dos dois executivos e os interesses em comum das duas gestões. Em seu discurso de posse, Caiado frisou que sem união, unidade e articulação com os entes federados e com os poderes constituídos, estar-se-á perdendo tempo, o que foi entendido como uma clara indicação de que haverá esforços para alianças com o governo federal, buscando avanços para a população goiana.
Apesar de superar grandes dificuldades herdadas da gestão anterior e promover o reequilíbrio das contas públicas, colocando o Estado em condições, inclusive, de contrair empréstimos com aval da União, Caiado almeja avançar muito mais em questões que têm como prioridade a dignidade da pessoa humana. Segundo o governador, “é fundamental estabelecer metas sociais, educacionais e de diminuição progressiva da desigualdade para Goiás ter a certeza que seu futuro será próspero”.
A questão social deu o tom da campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente tem como meta diminuir drasticamente a fome no país. Essa área, com certeza, é o ponto de maior interseção entre os governos Lula/Caiado. No seu primeiro mandato, Caiado criou uma grande gama de programas sociais, medidas que fizeram a diferença entre a população mais vulnerável. Ações como o Mãe de Goiás, que concede ajuda de R$ 250 para mães com filhos de até 6 anos; Aluguel Social, que contribuiu com R$ 350 para que famílias possam arcar com despesas de moradia, foram alguns dos programas exitosos criados pelo Governo de Goiás, que foram inclusive copiados por outros estados.
Uma das demandas do governador goiano, sem dúvidas, será estabelecer com o governo federal alternativas para a manutenção e ampliação dessas ações, evitando que haja a superposição de programas federais em relação aos estaduais. Noutra frente, Caiado deve discutir com Lula projetos de infraestrutura em que o Estado poderá contar com a União, além da retomada de obras federais que foram paralisadas em Goiás. Caiado pretende avançar na construção e pavimentação de rodovias, construção de unidades hospitalares, como mais policlínicas em regiões estratégicas do Estado e, também, a conclusão do Hospital Estadual do Câncer, cujo terreno já está garantido. A criação da Secretaria de Infraestrutura, um dos pontos altos da reforma administrativa do Governo de Goiás, que deve ser concluída até final de janeiro, mostra que a intenção da gestão é avançar com grandes obras.
Na última quinta-feira, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) esteve em Brasília para a posse da ministra do Planejamento do governo Lula, Simone Tebet, também do MDB. Na avaliação de Vilela, o fato de ter uma emedebista no comando do Planejamento vai facilitar ainda mais esse relacionamento harmônico com o governo federal, desejo já manifestado pelo governador Ronaldo Caiado. “Temos muitos assuntos importantes para Goiás que são tratados pelo Ministério do Planejamento”, lembrou o vice-governador.
Caiado encerrou seu primeiro mandato comemorando excelentes resultados fiscais e financeiros, o que permitiu que o Estado experimentasse grandes realizações e mudanças estruturais no que diz respeito às áreas da Saúde, Educação, Segurança Pública e Social. Ainda assim, é consenso entre palacianos que o governador Ronaldo Caiado deverá introduzir uma nova concepção de gestão, mais desenvolvimentista, ao invés de fiscalista, como foi a primeira gestão, devido, principalmente, à necessidade de reequilibrar as contas públicas. E, nesse sentido, o governador fincou o pilar central do seu segundo mandato, o qual, segundo ele, será romper com o ciclo da pobreza em Goiás. “Obviamente, o controle fiscal e o combate à corrupção continuarão sendo as marcas indeléveis do governo Caiado”, pontuou um auxiliar.
