Entre em contato

Política

Arthur Lira promete punir deputados que usarem xingamentos contra Lula

Presidente da Câmara, Arthur Lira avisou que discursos ‘injuriosos’ poderão resultar em abertura de processo contra parlamentares no Conselho de Ética

Publicado

on

Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal

Empossados há apenas um mês, deputados da nova composição da Câmara têm trocado farpas e xingamentos em discursos tensos no plenário. Os pronunciamentos reproduzem o ambiente polarizado das eleições de 2022 entre os apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O nível de ofensas chegou ao ponto de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se elegeu com o slogan ‘Lira é foda’, pedir aos colegas controle verbal e ameaçar com processo no Conselho de Ética aos que não se controlarem.

“A partir da eleição do próximo Conselho de Ética, independentemente de lado, sigla, ideologia, pensamento partidário, o deputado ou a deputada que se exceder no Plenário desta Casa responderá perante o conselho de ética. É inadmissível!”, avisou Lira. Ele foi chamado de censor por deputados que prometem seguir com o tom inflamado nos discursos.

Desde o início das atividades no plenário, Lula foi xingado de “ladrão”, “descondenado”, “Barrabás” — o assassino que foi salvo no lugar de Jesus, crucificado — e “ex-presidiário”. As ofensas ao chefe do Executivo se repetiram mais de uma dezena de vezes.

Em atividade legislativa, um deputado chamou o ministro da Justiça, Flávio Dino, de “merda”, e um parlamentar chamou outro de “babaca” após ser constantemente interrompido durante seu discurso. Outro congressista afirmou ter “nojo e asco” do PT e do PSOL. “É esse tipo de escória que nós iremos combater”. Deputados petistas reclamam dos constantes ataques ao presidente.

A Constituição garante a deputados federais e senadores a inviolabilidade civil e penal por quaisquer opiniões, palavras e votos e que serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Mas a professora de Direito Constitucional Érica Rios argumenta que ainda assim há limites para essa imunidade. “Se um parlamentar, no púlpito, ofende a honra, a dignidade ou mesmo comete crime contra alguém (indivíduo ou grupo), pode ser processado e eventualmente condenado, sim”, afirmou. “Esse é o pacífico entendimento na doutrina e jurisprudência brasileiras, o que se pode constatar pelo posicionamento do STF”, explica.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

Copyright © 2020 - Nos Opinando - Liberdade de opinião em primeiro lugar.