O Governo de Goiás, dando ênfase a sua campanha midiática para induzir o cidadão goiano de que a violência estaria diminuindo no Estado, divulgou recentemente um gráfico em que afirma que os índices de criminalidade está caindo em Goiás. Sem apresentar notas explicativas, o Governo fez um comparativo dos números da violência no período de Outubro de 2015 a Abril de 2016. Não há, entretanto, base científica nesse comparativo, já que o período não leva em consideração as peculiaridades dos elementos da sazonalidade, presentes em cada época do ano.
Não há parâmetros científicos para consubstanciar a comparação da violência entre o mês de outubro de um ano com o mês de Abril do ano seguinte, por exemplo. O correto e aceitável pelos métodos estatísticos de avaliação é que se compare o período estudado com o mesmo período do ano anterior. Se quisermos avaliar os índices de criminalidade nos primeiros meses de 2016, para sabermos se eles caíram ou não, devemos comparar esses números com o mesmo período do ano anterior.
Assim sendo, a estatística real da criminalidade em Goiás não é favorável ao Governo. De janeiro a abril de 2015, 866 pessoas foram assassinadas em Goiás. Nesse mesmo período de 2016 o número de homicídios foi de 925, ou 6,81% a mais do que o ano anterior. Já o crime de roubos a veículos aumentou mais de 47% em 2016 se comparado com o mesmo período de 2015. O mesmo ocorreu com os crimes de Furtos a Residências, Roubos a Comércio e Furtos a Comércio. Todos eles aumentaram em Goiás.
Lamenta-se que o Governo de Goiás tente a todo custo incutir no cidadão a ideia de que a criminalidade esteja diminuindo no Estado. Embora a polícia seja eficiente, sua atuação não é suficiente para dar efetividade à diminuição da violência em Goiás. O que falta são políticas estruturais, como o aumento do efetivo policial e a construção de presídios, além de condições ideais de trabalho para que a polícia cumpra seu papel na área da segurança pública. Enquanto o Governo se esconder atrás de meias verdades, como a divulgação de estatísticas equivocadas, as soluções para a violência no Estado vão ficando mais distantes e mais pessoas vão pagando com a vida a falta de ações efetivas do Governo tucano.