Em entrevista à Folha de São Paulo, o senador Aécio Neves, ex-candidato do PSDB à presidência em 2014, quando obteve mais de 50 milhões devotos, disse que Marconi Perillo poderia ser um eventual candidato do partido às eleições presidenciais de 2018.
Até os menos atentos sabem que o candidato natural do PSDB à sucessão de Dilma Roussef (PT) é o próprio Aécio. Isso é uma questão de bom senso.
Ao jogar luz sobre Marconi Perillo, governador de Goiás, o senador tucano trata de rifá-lo, de tirá-lo completamente do tabuleiro político visando a eleição majoritária de 2018. E a conclusão é simples: Aécio sabe perfeitamente que Marconi Perillo não tem viabilidade política-administrativa para alçar um voo dessa magnitude: a uma, porque o Estado de Goiás está completamente arrasado, com um rombo de caixa que já ultrapassa R$ 1,4 bilhão, além dos piores índices nas áreas da segurança e educação. Aécio sabe que Marconi Perillo não tem lastro para se sujeitar à aguçada percepção da imprensa nacional, que não lhe come à mão. A duas, porque Aécio sabe também que contra Marconi dormita no âmbito do STJ (superior Tribunal de Justiça) o inquérito 787, que trata do suposto envolvimento do governador goiano com o esquema de Carlos Cachoeira, desbaratado pelo Polícia Federal no âmbito da Operação Monte Carlo.
Em qualquer dos casos, seja administrativo e/ou moral, Aécio Neves tem consciência de que, se colocado como foco da imprensa nacional, Marconi Perillo sucumbirá em questão de horas. No Brasil afora, Marconi continua sendo visto como o governador da CPMI do Cachoeira.
A verdade pode ser negligenciada aqui no território goiano, mas a nível nacional não passará ao largo a incompetência do gestor goiano, que em 15 anos aumentou a dívida consolidada do estado em 114% e não compensou esse endividamento com nenhuma ação que de fato melhorasse a vida dos goianos.
Ao colocar Marconi como provável presidenciável pelo PSDB, Aécio quer mesmo é tirar o tucano goiano do páreo, servindo-o de bandeja à imprensa nacional, e chegar aclamado em 2018.
