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Política

Corrupção na Saneago contribuiu para a crise hídrica na Região Metropolitana de Goiânia

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Goiânia e região metropolitana vivem a maior crise hídrica de todos os tempos. Mais de 200 bairros estão sem água e/ou têm o fornecimento racionado. Embora tenha anunciado, em meados de setembro, a inauguração da terceira etapa do Sistema Mauro Borges de captação de água no reservatório João Leite, o governo de Goiás não tem dado respostas à falta de água em Goiânia e região e se esconde atrás da estiagem para justificar a crise. O reservatório do João Leite, no entanto, continua cheio.

Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianira necessitam de cerca de 4 mil metros cúbicos de água por segundo para abastecer seus moradores. Com a seca, o nível do Meia Ponte, responsável por abastecer cerca de 58% dessas residências, chegou ao ponto crítico. Sem as adutoras, porém, toda água represada no João Leite é inútil. O que falta, portanto, é a estrutura de tubulação para levar a água até as torneiras das residências, o que foi negligenciado pelo Governo de Goiás.

Como se fosse proibido, a imprensa goiana não ousa associar a crise hídrica que vivem os moradores da Capital e adjacências aos desvios de dinheiro público ocorridos na Saneago e que vieram a público por meio da Operação Decantação, do Ministério Público Federal de Goiás. A quadrilha desbaratada durante os trabalhos do MPF e Polícia Federal era composta por integrantes do PSDB de Goiás e empresários que desviavam dinheiro para pagamento de campanha política, segundo o MPF. Na época, o presidente do PSDB goiano, Alfrêni Gonçalves, e o presidente da Saneago, José Taveira Rocha, foram presos temporariamente acusados de integrarem a organização criminosa.

De acordo com o procurador da República Mário Lúcio Avelar, integrante da força tarefa da Operação Decantação, que apura suposto esquema de corrupção e lavagem dinheiro na Saneago, há indícios de que recursos públicos foram transferidos para o diretório do PSDB goiano para pagar dívida da campanha eleitoral e parte era distribuída entre agentes públicos e empreiteiras.

Entre R$ 400 mil e R$ 500 mil supostamente repassados à campanha de Perillo teriam sido destinados a uma empresa de publicidade, diz o MPF.

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