Conselheiro do TCE-Go, “amigo” do Governador de Goiás, é
acionado por improbidade

O Ministério Público de Goiás, através do promotor de justiça Fernando Krebs, da 57ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, propôs ação civil pública de improbidade administrativa contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Edson Ferrari. O MP acusa Ferrari de agir em defesa dos interesses do Governador Marconi Perillo, a quem já declarou ser amigo e fiel defensor dos seus interesses no âmbito daquela corte.

Em caráter liminar, o Ministério Público pede que o Conselheiro seja afastado de suas funções, indagando textualmente: “a quem interessa atuação irregular do Tribunal de Contas do Estado a medida em que o Conselheiro Edson Ferrari está disposto a não deixar incólume quem supostamente “sacaneie” o Governador Marconi Perillo?”, diz a peça, aludindo que Ferrari, embora tenha se afastado da relatoria das contas de 2015 do Governador, supõe-se que não deixará de dar o seu voto pela aprovação das mesmas.

O MP chama a atenção, também, para o fato de que um conselheiro que emite seu parecer baseado apenas na amizade que mantém com o chefe do executivo macula sobremaneira a lisura do processo de fiscalização, papel precípuo do TCE-GO, ainda mais “quando se sabe que há indícios de que o Governador do Estado realizou sucessivas operações financeiras irregulares nesse ano a fim de mascarar a gravíssima situação fiscal vivida pelo Estado”, diz a inicial.

Entre outros atos ímprobos, Ferrari é acusado de, enquanto presidente do órgão, perseguir e dificultar o trabalho do Procurador de Contas, Fernando dos Santos Carneiro, impedindo que ele tivesse acesso a documentos que comprovariam supostos atos irregulares praticados naquela corte de contas.

Por fim, a ação pugna pela perda da função pública do ora representado, bem como pelo pagamento de multa por danos morais coletivos na ordem de R$ 1 milhão.

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