Os revés sofridos por Gustavo Mendanha, pré-candidato do Patriota ao governo de Goiás, diante dos embates pelo apoio do PL em Goiás, aprofundaram o isolamento do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia no seu projeto de chegar ao Palácio das Esmeraldas nas eleições de outubro próximo. Quando deixou o MDB, em setembro do ano passado, Mendanha anunciou que tinha o apoio da quase totalidade da oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB) e dizia haver um projeto dessas forças políticas para enfrentar o pré-candidato à reeleição. Oito meses depois, Gustavo Mendanha vê-se praticamente sozinho numa pré-candidatura que mostra-se esvaziada do ponto de vista político partidário e já não conta mais com os antigos aliados.
Os vários partidos que o próprio ex-emedebista anunciava como prováveis destinos de sua filiação acabaram descartando recebê-lo e restou a Mendanha sua filiação ao Patriota de Jorcelino Braga, também esvaziado pela ausência dos principais nomes do partido, Jânio Darrot e Marden Jr, ex e atual prefeito de Trindade, respectivamente, que já declararam apoio à reeleição de Ronaldo Caiado.
Antes disso, o ex-prefeito de Aparecida lutou para conquistar o apoio do PL e se lançar candidato do partido em Goiás, mas foi derrotado pelo preferido de Jair Bolsonaro, o deputado federal Vitor Hugo, que não só foi ungido pré-candidato da legenda no Estado, como foi alçado à condição de presidente Regional da sigla, encerrando qualquer chance de apoio do PL a Mendanha.
Com isso, aliados de primeira hora de Gustavo Mendanha, como os deputados Paulo Cezar Martins, Professor Alcides e Major Araújo, todos filiados ao PL, sobretudo por força regimental, acabaram se rendendo à decisão do partido e sinalizaram apoio ao projeto do correligionário Vitor Hugo, descartando, ainda que informalmente, apoio à candidatura do ex-emedebista.
Da mesma forma, a deputada Magda Mofatto, até então a maior liderança do PL em Goiás, que assistiu a queda do seu marido, Flávio Canedo, da presidência do partido, tem evitado declarações de apoio a Mendanha e mantém total silêncio sobre o novo quadro do seu partido, o que leva a crer que o pré-candidato do Patriota não terá mesmo apoio da turma com a qual iniciou o pretenso projeto de chegar ao comando do executivo estadual.
Inusitado
No evento que marcou o lançamento da sua pré-candidatura, Vitor Hugo recebeu carta branca do comando nacional do PL e dá sinais de que não pretende ampliar alianças com outros partidos que não se identifiquem com a ideologia bolsonarista. Também deve aumentar a pressão para que integrantes do seu partido respeitem a fidelidade partidária e se abstenham de apoio a outros candidatos, principalmente a Gustavo Mendanha.
Diante desse cenário, o deputado Professor Alcides, histórico aliado de Mendanha em Aparecida de Goiânia, pretende inovar, e anunciou uma saída um tanto quanto inusitada. De acordo com o deputado, ele vai apoiar Mendanha no município de Aparecida e Vitor Hugo no restante do Estado. Os próprios correligionários de Alcides torceram o nariz para essa proposta e não acreditam que essa seja uma decisão sustentável do ponto de vista político partidário.
Por outro lado, a possibilidade cada vez maior de que Marconi Perillo (PSDB) opte por se lançar candidato ao governo de Goiás, como já vem sendo admitido pelo próprio tucano, e a tendência do Republicanos anunciar de vez seu apoio à reeleição de Ronaldo Caiado isolam ainda mais a candidatura de Gustavo Mendanha, diminuindo sensivelmente sua estrutura partidária para uma disputa de tamanha relevância.