Entre em contato

Política

Em busca de visibilidade, Marconi Perillo (PSDB) ignora relatórios do TCE-GO e insiste em debate com Ronaldo Caiado

Em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, do jornal O Popular, o tucano voltou a ensaiar o discurso de polarização que quer travar na campanha eleitoral que se avizinha. Embora não tenha decidido para qual cargo vai concorrer em outubro próximo, Marconi Perillo insiste em defender suas gestões, embora os resultados das contas de 2018, auditadas pelo Tribunal de Contas do Estado, desautorizarem o seu discurso

Publicado

on

Buscando uma forma de se reinserir no debate político goiano, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) tem aproveitado os espaços na imprensa para insistir num debate “cara-a-cara” com o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). O tucano atua em defesa das suas gestões, muito embora os resultados dos últimos anos da sua administração, auditados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás, vão de encontro com o que ele defende.

Enfrentando um grade passivo jurídico em virtude dos seus quase 16 anos à frente do executivo goiano, Marconi Perillo ainda lida com as dificuldades de explicar à população goiana o fato das suas contas de governo, referente a 2018, último ano da sua gestão,  ter recebido do TCE-GO parecer prévio pela rejeição, em virtude, sobretudo, do grande desarranjo fiscal e financeiro observado ao final daquele exercício.

Em 2019, o plenário do Tribunal julgou parecer prévio pela rejeição das contas dos tucanos Marconi Perillo e José Eliton, apontando, entre outros ilícitos, que o resultado orçamentário e financeiro das contas de Perillo e Eliton foi de R$ 3,5 bilhões negativos. Somando-se os restos a pagar dos exercícios anteriores e, ainda, as despesas não empenhadas, acrescidos da indisponibilidade de caixa, a unidade técnica concluiu que, ao final de 2018, o rombo nas contas públicas do Estado foi superior a R$ 7 bilhões.

Entre as quase três dezenas de ações de improbidade administrativa que o tucano responde na justiça, uma delas diz respeito a não aplicação do mínimo constitucional da Saúde. Entre 2011 e 2017, segundo a ação do Ministério Público de Goiás, o tucano teria deixado de aplicar cerca de R$ 550 milhões em ações e serviços públicos de saúde, não alcançando, portanto, o mínimo de 12% da receita com impostos, como manda a Constituição Federal.

Mais de vinte ações de improbidade que tramitam contra o ex-governador  na justiça de Goiás dizem respeito à suposta concessão irregular de incentivos fiscais, entre elas aquela que questiona a remissão de quase R$ 1 bilhão de impostos dados à empresa JBS/Friboi, em 2014.

A depender do cargo que o ex-governador do PSDB decida concorrer, será inevitável o debate público entre Marconi Perillo e Ronaldo Caiado, oportunidade que pode, sem dúvidas, trazer à luz outros temas que têm causado prejuízos à imagem do tucano, como, por exemplo, todo o imbróglio da venda da Celg-D, a maior estatal goiana, vendida por um valor tido como irrisório em 2016.

 

 

Copyright © 2020 - Nos Opinando - Liberdade de opinião em primeiro lugar.