Seguindo o exemplo do que aconteceu em São Paulo, quando milhares de jovens estudantes secundaristas ocuparam as escolas públicas estaduais em protesto contra a reorganização proposta pelo governo Geraldo Alckimin (PSDB), alunos também secundaristas de Goiânia ocuparam hoje, 09/12, o Colégio Estadual José Carlos de Almeida, no centro de Goiânia, que recentemente havia sido fechado pelo governo estadual.
“Hoje, quarta-feira (09/12), nós, estudantes secundaristas em conjunto com apoiadores e professores, ocupamos o Colégio Estadual José Carlos de Almeida, tido como uma das melhores escolas do estado, mas que ano passado fora arbitrariamente fechado pelo governador Marconi Perillo. Ou seja, enquanto o governo fecha as escolas, os estudantes abrem”, diz o comunicado publicado na página do movimento no facebook.
De acordo com os estudantes, a ocupação seguirá por tempo indeterminado e é uma resposta à implantação das Organizações Sociais (OS’s) nas escolas e à militarização das mesmas. Segundo eles, não houve diálogo por parte do governador Marconi Perillo e nem da secretária de educação Raquel Teixeira sobre tais mudanças na educação com a sociedade civil. “Professores, estudantes e pais foram excluídos completamente deste processo, nada importando que estes serão os que diretamente serão afetados por tais medidas. Logo, tais medidas são extremamente autoritárias e antidemocráticas, tanto que estão sendo feitas às pressas, devendo ser imediatamente revogadas”, reivindicam.
Em recente evento em Salvador, Bahia, o Governador Marconi Perillo, falando para um grupo de empresários, deixou claro que tanto a militarização das escolas estaduais quanto a transferência delas para Organizações Sociais são retaliações aos professores descontentes com o rumo que a educação em Goiás tem tomado. “Fui num evento e tinha um grupo de professores radicais da extrema esquerda me xingando. Eu disse: tenho um remedinho pra vocês. Colégio Militar e Organização Social. Identifiquei as oito escolas desses professores. Preparei um projeto de lei e em seguida militarizei essas oito escolas”, disse o Governador de Goiás.