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Política

Em plena sintonia com Caiado, Daniel trabalha para garantir protagonismo do MDB

Visando as eleições municipais deste ano, o vice-governador de Goiás já iniciou o processo de levantamento em todo o estado, com o objetivo de definir onde MDB e União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, devem encabeçar a disputa. O emedebista acredita que o sucesso do processo eleitoral de 2024, com a base unida, é essencial para seu projeto de reeleição, em 2026

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Ronaldo Caiado e Daniel Vilela mostram que estão em plena sintonia na definição de nomes para o pleito municipal de 2024

O presidente estadual do MDB e vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, intensificou o ritmo de trabalho com vistas à estruturação do seu partido para a disputa nos 246 municípios do Estado em outubro próximo. Num movimento que preserva a total sintonia com o governador Ronaldo Caiado, presidente do União Brasil em Goiás, Vilela iniciou um levantamento geral nos municípios, cujo objetivo é apontar onde cada uma das legendas – MDB e União Brasil – deve encabeçar a disputa. O MDB tem órgãos partidários registrados em 167 cidades goianas e deve ampliar esse número até junho deste ano.

Na avaliação de aliados, o União Brasil e o MDB devem liderar o processo na maioria dos municípios, e vão marchar unidos com o intuito de evitar dissidências. O União Brasil quer manter as 117 prefeituras do partido, e o MDB pretende eleger ao menos 70 prefeitos em todo o estado. A sintonia entre Caiado e Daniel é fato que não passa despercebido na base e reforça a expectativa de sucesso absoluto no pleito de outubro próximo.

Na avaliação de analistas políticos, o sucesso da base aliada nas eleições municipais deste ano é fundamental para a consolidação da força de Daniel Vilela dentro e fora do MDB, o que vai alavancar seu projeto para a disputa do governo em 2026. Já é certo, inclusive declarado mais de uma vez pelo governador Ronaldo Caiado, que Daniel assumirá a chefia do Executivo estadual em abril de 2026 e será o candidato natural à reeleição. Para o fortalecimento deste projeto, é fundamental que o emedebista assuma o protagonismo que lhe cabe neste processo, avaliam os especialistas.

Aliados dizem que o intuito de Daniel Vilela é trabalhar pela manutenção da hegemonia governista nas cidades onde os prefeitos já caminham com a base. A intenção, segundo esses interlocutores, é construir candidaturas viáveis e que respeitem a realidade dos municípios. Onde for possível, a ideia é trabalhar pelo consenso. Se não for possível, que a disputa transcorra de forma que a base seja preservada.

Para o presidente do União Brasil Metropolitano, Marcos Roberto, a disputa pelo governo em 2026, com Daniel encabeçando a chapa governista, deve ser mais tranquila do que em 2018, quando Caiado disputou com o apoio de apenas 14 prefeitos, muito embora tenha vencido no primeiro turno com mais de 60% dos votos válidos. Segundo o dirigente partidário, a base hoje não corre o risco de se desintegrar e, com isso, as chances de manter a capilaridade em alta é muito maior, o que facilitará a vida de Daniel Vilela em 2026.

“Estamos trabalhando para não ter aquela bateção de cabeça dentro dos municípios e não vejo possibilidade de a base se desintegrar. Com a máquina funcionando, no sentido político, a base só tem a se fortalecer. Não tem eleição fácil, mas com esse fortalecimento, a gente vai ter menos dificuldades em 2026 do que tivemos em 2018, quando o governador enfrentou todo um processo com simplesmente 14 prefeitos”, explicou ao jornal O Popular.

Para evitar essa “bateção de cabeça”, Daniel Vilela tratou de pacificar a relação política em municípios onde ainda pairavam consequências das dissidências que ocorreram no passado. Tal como em Catalão, onde o presidente emedebista reconheceu a liderança inequívoca do prefeito Adib Elias, que havia deixado a legenda após as eleições de 2018, Daniel também aparou todas as arestas com outras lideranças políticas que, embora tivessem deixado o MDB, permanecem na base governista, a exemplo de Paulo do Vale (UB), em Rio Verde, e Renato de Castro (UB), em Goianésia.

No entorno do emedebista é consenso de que, com índice de aprovação que ultrapassa 80% em alguns institutos de pesquisa, o governador Ronaldo Caiado, sem dúvidas, será o grande timoneiro da base aliada nas eleições municipais deste ano. Analistas e cientistas políticos consideram que o candidato apoiado por Caiado, seja nas maiores ou menores cidades, virá muito forte para a disputa municipal.

Caiado tem dito que a escolha de candidaturas e resolução de quaisquer conflitos que envolvam possíveis candidatos da base governista acontecerão efetivamente a partir deste mês de março. Segundo o governador, essas candidaturas serão construídas em sintonia com os presidentes de partidos aliados para que as legendas caminhem unidas em torno de nomes competitivos nos respectivos municípios. Nesse ponto, observa-se que Caiado e Daniel caminham afinados no discurso e na prática de escolha dos candidatos.

Goiânia e Aparecida

A composição política vitoriosa entre Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, pensada e estrategicamente orquestrada por Iris Rezende ainda em 2021, colocou o MDB de volta rumo ao protagonismo político em Goiás, e pode recolocar o partido no topo do poder em 2027, depois de 28 anos. Para isso, palacianos entendem que as eleições em Goiânia e Aparecida de Goiânia são fundamentais para esse projeto de reeleição de Daniel. Além disso, avaliam, o MDB, ainda que não encabece a chapa em Goiânia, tem o objetivo de resgatar o poder municipal, já que ganhou a eleição em 2020 e não governou, haja vista a trágica morte do prefeito eleito, Maguito Vilela, em 13 de janeiro de 2021.

Na capital, o nome que busca se viabilizar como candidato da base é o do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB). O político tem a simpatia de Daniel Vilela e Ronaldo Caiado e foi cogitado a partir de pesquisas qualitativas feitas em Goiânia, as quais indicaram que os goianienses querem de fato uma mudança no comando da gestão municipal, mas que não estariam dispostos a apostar em aventuras. Segundo esses levantamentos, a mudança teria que vir com segurança.

Jânio Darrot mostra-se empolgado com a possibilidade de encabeçar a chapa governista para prefeito de Goiânia. Segundo ele, havendo a união de forças esperadas, a construção de uma estrutura partidária e política que dê sustentação a esse projeto, são grandes as chances de sucesso. “Sem falsa modéstia, me sinto preparado”, disse.

Outro nome que ainda figura com força para integrar uma eventual chapa governista em Goiânia é o da advogada e empresária Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador Iris Rezende. Embora tenha descartado disputar a eleição majoritária de 2024, o nome de Ana Paula continua sendo citado como uma possibilidade da base. Recentemente, Ana Paula e Ronaldo Caiado se reuniram no Palácio Pedro Ludovico e as especulações acerca da sua presença na chapa governista aumentaram.

Em Aparecida de Goiânia, outro reduto emedebista, Daniel Vilela tem a missão de trabalhar pelo apaziguamento entre o atual prefeito Vilmar Mariano e seu antecessor Gustavo Mendanha, que voltou recentemente ao MDB e é considerado o principal cabo eleitoral da cidade. Esse distanciamento entre os emedebistas Mariano e Mendanha e a baixa densidade eleitoral do atual prefeito é hoje o maior entrave para o apoio governista à reeleição de Mariano. Diante do impasse, outros nomes começam a aparecer e o principal deles é o do ex-deputado federal e primo de Daniel, Leandro Vilela, hoje presidente do MDB no município.

Discurso

Concomitante ao trabalho de estruturação das chapas do partido nos municípios, Daniel Vilela começou a modular o discurso que vai embasar seu projeto eleitoral em 2026. Vice-governador de um estado que cresce bem acima da média nacional e reconhecidamente o que mais reduziu o índice de violência nos últimos anos, Vilela dá pistas de que reforçará o discurso da continuidade, em especial dos avanços da segurança pública, garantindo que Goiás não regridirá quando Caiado deixar o governo para encampar sua candidatura à Presidência da República.

Numa clara demonstração de que seguirá à risca a determinação do governador Ronaldo Caiado, o vice-governador afirmou que a segurança pública em Goiás não sofrerá nenhum retrocesso. “O governador Ronaldo Caiado sempre diz que, no estado mais seguro do Brasil, bandido não se cria. Eu digo mais: não se cria hoje e não se criará amanhã”, declarou.

Na avaliação de especialistas, o tom adotado por Daniel Vilela busca deixar claro sua responsabilidade com os avanços conquistados pelo governo Caiado e garantir que esse projeto bem-sucedido não sofrerá revés numa eventual gestão emedebista em 2026.

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