Reportagem da Revista Veja, que chegou as bancas nesta sexta-feira, 2 de março, revela um grande esquema de pagamento de propina para concessão de carta sindical, documento exigido para que um sindicato possa existir e expedido exclusivamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília.
De acordo com a matéria, o empresário gaúcho Afonso Rodrigues de Carvalho, dono de uma pequena transportadora e presidente do Sintrave, um sindicato das microempresas de transporte rodoviário de veículos novos do Estado de Goiás, tenta obter, desde 2012, um registro sindical para oficializar sua atividade, mas nunca teve sucesso.
O empresário teria, então, recorrido a lobistas que intermediaram reunião com Rogério Arantes, sobrinho do deputado federal Jovair Arantes (PTB) e acertaram “facilitar” a emissão do documento cobrando uma vultuosa quantia em dinheiro, coisa de R$ 4 milhões.
Para o sucesso da empreitada, um outro sobrinho de Jovair também teria sido acionado. Trata-se de Leonardo Arantes, o número 2 do Ministério do Trabalho, indicado para o cargo pelo tio político.
“Por que tanto dinheiro?”, teria perguntado o empresário. Porque, explicou o lobista, era preciso subornar o pessoal técnico do ministério e sobrar dinheiro para o pessoal político – entre eles o deputado Jovair Arantes, do PTB, diz a revista.