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Política

‘Imunidade de Rebanho’ pretendida por Bolsonaro poderia ter causado a morte de mais de 3 milhões de pessoas por Covid-19 no Brasil

Orientado por um ministério paralelo, segundo a CPI da Covid no Senado, Jair Bolsonaro induziu a população a se infectar espontaneamente pelo vírus da Covid-19, sustentando que “só após a infecção de 70% da população” poder-se-ia vencer a pandemia. Ações de governadores e prefeitos, no entanto, que seguiram a ciência e decretaram medidas protetivas contra o vírus, como o isolamento social, evitaram que a tragédia que já matou mais de 660 mil pessoas fosse ainda maior no país

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Embora insista em culpar governadores e prefeitos pelo desastre da economia brasileira, o fato é que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), poderia ter causado uma tragédia sem precedentes no mundo, caso seu desejo de conter a pandemia pela técnica da imunidade de rebanho por contaminação comunitária, considerado insano por cientistas de todo o mundo, tivesse prevalecido. Bolsonaro defendeu, como ainda defende, que a pandemia deixaria de ser uma ameaça quando 70% da população brasileira, cerca de 150 milhões de brasileiros, fossem infectados pelo vírus da Covid-19 e assim estivessem naturalmente imunizados contra a doença.

De acordo com estudos já elaborados por universidades e infectologistas do Brasil inteiro, e a constatação de que a Covid-19 no país alcança uma taxa de letalidade em torno de 2,1%, com a imunidade de rebanho defendida por Bolsonaro o Brasil estaria experimentando, hoje, cerca de 3 milhões de mortos por Covid-19, algo surreal e inimaginável.

A tragédia não se consumou, sobretudo, porque governadores e prefeitos do Brasil, amparados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), conseguiram estabelecer medidas de isolamento social que foram fundamentais para alongar o achatamento da curva de infectados no país e, assim, estruturarem suas unidades de saúde para atender os pacientes que necessitaram de tratamento intensivo.

Em Goiás, por exemplo, as medidas adotadas pelo governador Ronaldo Caiado (UB) no início da pandemia e seguidas pelo então prefeito da capital, Iris Rezende Machado, evitaram que a tragédia no Estado fosse ainda maior. Caso o governador do Estado, que é médico, não tivesse assumido a defesa da vida, apesar da pressão dos negacionistas, Goiás hoje estaria amargando mais de 100 mil mortos pela doença.

A falta de uma coordenação única de enfrentamento à pandemia e a insistência do presidente da República em defender um tal tratamento precoce à base de cloroquina e ivermectina, sem comprovação científica de sua eficácia, agravou ainda mais a já gravíssima crise sanitária que o país vivencia e que já matou, até agora, 665 mil pessoas. O Brasil, que tem menos de 3% da população mundial, acumula quase 12% de todas as mortes por covid que ocorreram no mundo.

Cientistas avaliam que o comportamento de Jair Bolsonaro, induzindo as pessoas a desobedecerem os decretos estaduais e municipais que estabeleciam o isolamento social, criminalizando o uso de máscara e retardando a compra de vacinas, teria contribuído para a morte de cerca de 400 mil pessoas que poderiam ter sido salvas se o presidente da República e o Ministério da Saúde tivessem adotado medidas embasadas na ciência e não negacionistas.

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