Segundo dados da Junta Comercial do Estado de Goiás, mais de 12 mil empresas goianas encerraram suas atividades no primeiro semestre de 2015. Reportagem de O Popular diz que o número é 34% maior que o mesmo período do ano passado.
As causas, segundo a reportagem, estariam ligadas a conjuntura econômica do País “que respinga no empresariado goiano”, diz a matéria assinada pela repórter Dayse Freitas.
Há, no entanto, um fator agravante e determinante para a falência das empresas goianas: as medidas adotadas pela Secretaria da Fazenda de Goiás. Desde março do corrente ano o pagamento do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias) foi antecipado para o dia 5 do mês subsequente à apuração. Antes o recolhimento era todo dia 10 de cada mês.
A medida do governo de Goiás teve como objetivo custear o pagamento da segunda parcela dos salários dos servidores públicos estaduais. Entretanto, para os empresários, essa medida se mostrou insustentável, já que o recolhimento do imposto passou a ser exigido na mesma data em que as empresas estão obrigadas ao pagamento da folha salarial. Para muitas empresas se tornou impossível fazer frente a essas duas obrigações no mesmo dia.
Não obstante a antecipação do ICMS, o governo de Perillo aumentou a fiscalização com o intuito de aumentar a arrecadação do estado. Empresas em débito com o imposto foram autuadas o que inviabilizou ainda mais a continuidade das atividades de muitas delas.
O desequilíbrio financeiro do Governo de Marconi Perillo é consequência de anos de má gestão. O déficit de R$ 1,4 bilhão na conta centralizadora do estado vem se arrastando há mais de 15 anos e no último ano, 2014, atingiu a estrondosa cifra de R$ 633 milhões. Nos primeiros 4 meses de 2015 esse déficit já aumentou R$ 100 milhões e deve chegar ao final do ano algo em torno de R$ 600 milhões. Ou seja, as perspectivas são as piores possíveis.
As mais de 12 mil empresas que fecharam suas portas em Goiás nesse primeiro semestre de 2015 não tiveram o mesmo tratamento dispensado à JBS da família Friboi, que recebeu, no final de 2014, um perdão fiscal de mais de R$ 1,2 bilhão do Governo de Marconi Perillo.