A economiária Cibelle de Paula Silveira (foto), de 31 anos, foi morta com um tiro na cabeça, às 21h30 de ontem, segunda-feira, 30/11, quando fazia trilha de bicicleta na BR-060, entre Goiânia e Abadia de Goiás, com o marido e um colega. O tiro fatal foi disparado por supostos assaltantes que tentaram roubar a bicicleta da jovem. Cibelle é mais uma vítima a engrossar as absurdas estatísticas da violência em Goiás e principalmente em Goiânia. Estatísticas, essas, que o Governo de Goiás tenta, a todo custo, esconder do povo goiano, que não suporta mais tantos crimes como esse que vitimou a jovem que tinha sonhos e esperanças.
Infelizmente, todos os dias famílias são esfaceladas pela criminalidade que tomou Goiás nos últimos 16 anos. Desde 1999, primeiro ano do primeiro mandato de Marconi Perillo (PSDB) à frente do Governo de Goiás, a violência aumenta ano a ano. Daquele ano até o final de 2014, último ano do terceiro mandato do tucano, o número de homicídios cresceu 230%. O Estado, que ocupava a 18ª posição no ranking dos mais violentos do País, chegou a 4ª posição e Goiânia figurou entre as 30 cidades mais violentas do mundo.
O crime que vitimou a jovem economiária não aconteceu por acaso. É uma tragédia anunciada pela omissão do Governo goiano. Um governo midiático, mentiroso e incompetente, que não age para conter a onda de violência que tomou o Estado. O Governo de Marconi Perillo, não obstante ser um dos piores do Brasil em termos de proporção policial x cidadão, briga na justiça desde 2012 para não convocar os 1.421 aprovados em concurso público da PM. Depois de várias derrotas na justiça, inclusive nos tribunais superiores, o governo se viu obrigado a convocar parte desses aprovados. Muito embora o déficit de policiais militares no Estado seja de aproximadamente 18 mil policiais, apenas 720 aprovados foram chamados, isso porque, repita-se, a justiça determinou ao Estado que o fizesse.
Um Governo que não tem projetos de segurança pública, que não valoriza o servidor e não cumpre os acordos firmados com os profissionais da segurança pública, deve ser responsabilizado pelas mortes cujas vítimas sucumbiram à violência que prospera pela inação do Estado. Cibelle não foi vítima do acaso. Foi, antes de tudo, vítima de um Governo que não atende a súplica do seu povo, foi vítima de um governo que privilegia a mentira disseminada em caríssimas campanhas midiáticas em detrimento de ações eficazes para prover a segurança de seu povo. A moça, que parte precocemente, foi vítima de um governo que usa de sofismas para induzir o povo ao erro, um governo que nacionaliza a violência, mas não explica por que somos o 4º pior nesse quesito e não o 18º como éramos em 1998.
Às famílias enlutadas de Goiás, nossos mais sinceros sentimentos. Ao povo goiano, nossa súplica para que reaja, que mostre altivez e cobre providências e medidas suficientemente capazes de conter esse genocídio em curso em Goiás. Assim como Cibelle, somos todos vítimas em potencial desse caos que domina Goiás.