Em entrevista concedida para falar sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que anulou os atos decisórios e da denúncia apresentada pelo MPF/GO no curso da Operação Cash Delivery, determinando que a ação contra ele seja remetida à Justiça Eleitoral, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) anunciou que vai representar contra dois promotores do Ministério Público de Goiás junto ao Conselho Nacional do Ministério Pùblico (CNMP), sob a alegação de que teria sido perseguido por esses profissionais.
“Já assinei um contrato com um escritório para que entremos com uma ação contra promotores que me perseguiram permanentemente com ações de improbidade infundadas e que determinavam bloqueios de bilhões em uma conta que não existe. Os profissionais precisam ser punidos com processo administrativo disciplinar e também com outras ações como a falta de isenções nas ações”, disse o tucano, sem citar nomes.
Vale lembrar que a Operação Cash Delivery é uma investigação do Ministério Público Federal de Goiás e foi conduzida por dois procuradores da República e não por promotores de justiça.
Sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes, Marconi Perillo disse que a operação está morta, muito embora não tenha havido extinção do processo penal, mas tão somente a determinação de que os autos sejam remetidos à Justiça Eleitoral, cabendo agora ao juízo da 135ª Zona Eleitoral prosseguir com as investigações acerca do cometimento de possíveis delitos de falsidade ideológica eleitoral (art. 350 do Código Eleitoral) em conexão com alegados delitos de corrupção passiva (art. 317 do código penal).
A ameaça de representação contra os representantes do Ministério Público marca a volta definitiva de Marconi Perillo à política goiana, depois de praticamente quatro anos morando em São Paulo. O tucano, que governou Goiás por quatro mandatos e ainda está decidindo para qual cargo deve se candidatar nas eleições de outubro próximo, é dado à prática de processar aqueles que ele considera seus desafetos. Desde 2012, segundo ano do seu terceiro mandato de governador goiano, Perillo já processou mais de 60 jornalistas, professores, políticos e tuiteiros por críticas aos seus governos.