Entre em contato

Política

MDB anuncia plano de governo e reacende expectativa de candidatura própria em Goiânia

Ex-presidente da Câmara de Goiânia, Andrey Azeredo, lidera frente de trabalho responsável por elaborar plano de governo para as eleições do ano que vem na capital. Mesmo sem um nome, o emdebista diz que o partido tem o dever de apresentar projetos que contribuam com o desenvolvimento da cidade

Publicado

on

Vice-governador e presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela diz que a sucessão municipal em Goiânia será discutida a partir do ano que vem

Mesmo sem apresentar nomes para uma possível candidatura majoritária à prefeitura de Goiânia no ano que vem, o MDB, partido do vice-governador Daniel Vilela, trabalha para elaborar um plano de governo para ser apresentado aos eleitores goianienses em 2024. O trabalho está sendo desenvolvido pela Fundação Ulysses Guimarães (Fug), entidade ligada ao MDB, que tem como objetivo desenvolver projetos de pesquisas e promover a educação política. O responsável pela condução dos trabalhos é o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Goiânia, Andrey Azeredo, que foi secretário de Governo nos três primeiros meses da atual gestão e hoje faz parte da Fug Goiás.

Andrey diz que, independente do MDB lançar um candidato próprio à sucessão de Rogério Cruz, o partido tem o dever de apresentar projetos e de pensar uma Goiânia desenvolvida e uma cidade que ofereça qualidade de vida aos seus moradores. “É claro que a gente faz isso buscando que um próprio quadro de partido seja candidato e vencedor. Mas não necessariamente. Com o MDB ocupando a vice-governadoria, com Daniel Vilela, numa aliança gigante, a gente entende que o plano pode ser de todo o grupo”, explica.

A notícia de que o MDB estaria preparando um plano de governo para Goiânia, mesmo com as explicações do ex-presidente da Câmara, reacende as expectativas em torno de uma candidatura própria do partido no ano que vem em Goiânia. Uma das principais siglas da base, ao lado do União Brasil do governador Ronaldo Caiado, o MDB é visto, por políticos e analistas, como o partido que teria a primazia de representar a base governista na eleição municipal de Goiânia, por um motivo muito simples, dizem: o MDB venceu as eleições de 2020, mas, em virtude da morte de Maguito Vilela, o prefeito efetivamente eleito, não governou. É natural que busque, nas urnas, reaver a gestão perdida.

Indefinição

O MDB goiano tinha expectativa de contar com a advogada e empresária Ana Paula Rezende, filha do ex-governador e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado, como candidata do partido à prefeitura de Goiânia no ano que vem. Até final de agosto, o nome da emedebista vinha sendo celebrado como a “candidata dos sonhos do MDB”. Mesmo sem nunca ter disputado uma eleição, Ana Paula tinha o apoio não só do MDB, mas também de toda a base, especialmente do governador Ronaldo Caiado e da primeira-dama Gracinha Caiado. O nome da emedebista já aparecia nas pesquisas de intenção de voto realizadas na capital, e era visto com potencial para vencer as eleições. Mas Ana Paula decidiu não participar do pleito.

Outro nome que chegou a ser ventilado dentro do MDB foi o do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que está voltando ao partido de Daniel, de onde havia saído em setembro de 2021 para disputar as eleições para governador. O problema é que Mendanha estaria impedido pela legislação eleitoral de disputar a prefeitura de Goiânia, ou a de qualquer outro município em 2024. Gustavo, que foi reeleito em 2020 em Aparecida de Goiânia, estaria, em tese, disputando um terceiro mandato consecutivo de prefeito, o que é proibido pela atual legislação.

Sem Ana Paula e sem Gustavo Mendanha, o MDB vê-se órfão de um candidato competitivo na capital, pelo menos por enquanto. Daniel Vilela, presidente da sigla, tem evitado falar publicamente sobre a sucessão em Goiânia, e diz que isso será tratado no ano que vem, juntamente com o governador Ronaldo Caiado, a quem chama de timoneiro do processo eleitoral, não só em Goiânia, como em Goiás. Gustavo Mendanha não desistiu de se viabilizar como candidato do partido em Goiânia, e protocolou junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consulta formal sobre a possibilidade de ter a candidatura deferida.

Ana Paula, do seu turno, dá como encerrada essa questão, embora não descarte uma futura candidatura. Ela anunciou, também, que quer continuar contribuindo com Goiânia e Goiás, sempre defendendo o que, de acordo com ela, aprendeu em casa: a boa política. A presença da emedebista em eventos políticos, no entanto, tem suscitado especulações a respeito de uma possível reconsideração da sua decisão, mas ela reafirma que seu projeto é cuidar da manutenção do legado de Iris Rezende, o que, na sua opinião, não necessariamente exige que ela esteja ocupando um cargo eletivo.

Entre analistas políticos, é consenso que uma possível ausência de uma candidatura própria e competitiva do MDB em Goiânia pode ter consequências muito ruins para uma quase certa candidatura de Daniel Vilela a governador de Goiás em 2026. Além de ser o maior colégio eleitoral do estado, ganhar Goiânia, na avaliação dos especialistas, é uma condição que favoreceria sobremaneira o projeto do vice-governador em 2026, primeiro porque mostraria a força do partido, favorecendo a aglutinação das lideranças políticas, e outra porque manteria o protagonismo do MDB na base aliada do governador Ronaldo Caiado.

Copyright © 2020 - Nos Opinando - Liberdade de opinião em primeiro lugar.