Documentos apreendidos na 23ª fase da Operação Lava Jato, denominada “Acarajé”, e divulgados hoje pela imprensa, mostram várias planilhas com nomes de políticos do Brasil inteiro de 18 partidos políticos. O nome do Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), aparece em uma dessas planilhas como suposto beneficiário de R$ 200 mil, cujo pagamento teria sido feito em setembro de 2010. Os arquivos foram divulgados pelo blog do Fernando Rodrigues. As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”.
Na coluna da planilha intitulada “solicitante/responsável”, referente ao nome do governador de Goiás, aparece as iniciais RF/JP. Segundo o juiz Sérgio Moro, que decretou o sigilo das planilhas apreendidas na operação, até agora não foram identificados quais os valores relacionados a políticos são doações legais de campanha, se foram de fato pagos e se podem ser relacionados a esquemas de propinas.
Além de Perillo, aparecem, também, os nomes de Paulo Garcia (PT), prefeito de Goiânia e do ex-senador Demóstenes Torres, cassado em 2012 por envolvimento com o bicheiro Carlos Cachoeira. Garcia, cujo codinome na planilha é “Pastor” teria sido beneficiário de R$ 300 mil no total.
Ontem, na 26ª fase da Operação Lava Jato, a PF fez buscas e apreensões no apartamento do presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, braço direito do Governador Marconi Perillo e que esteve, inclusive, cotado para ser o candidato do PSDB à prefeitura de Goiânia.
São estreitas as relações da empreiteira Odebrecht e o Governo de Goiás. A subsidiária Odebrecht Ambiental mantém contrato com o governo goiano por intermédio da Saneago. A empresa é a responsável pela captação e tratamento de esgoto nas cidades de Aparecida de Goiânia, Trindade, Rio Verde e Jataí, e espera faturar até 2,5 bilhões com a execução do contrato. Já a Odebrecht Óleo e Gás doou, regularmente, R$ 1 milhão para a campanha de Perillo em 2014.