Embora o Secretário da Saúde do Estado de Goiás, Leonardo Vilela, assegure que a proposta da Secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, de cortar as gratificações por produtividade e insalubridade do pessoal da Saúde não vai prosperar, os servidores temem que o projeto, apelidado de “pacote de maldades”, já possa estar na Assembleia para ser votado.
Ontem, em reunião com o Sindsaúde, Vilela admitiu que a proposta realmente existe e que tinha partido da secretária Ana Carla, mas que não ia prosperar, já que o Governador havia lhe dado garantias de que não retiraria direitos dos servidores. Desconfiados, no entanto, os Servidores da Saúde Estadual continuam na retaguarda e pretendem procurar o Governador para ratificar o compromisso assumido pelo Secretário, no sentido de que não haverá cortes.
A proposta da Sefaz é retirar a gratificação por produtividade dos servidores da saúde, o que representaria cortes de até 60% no salários dos funcionários. “Isso seria um absurdo e levaria à insolvência muitos trabalhadores, já que os benefícios representam até 60% do salário de alguns funcionários”, disse uma representante do Sindsaúde.
Embora negue a tramitação do projeto na Casa, o líder do Governo, Deputado José Vitti (PSDB), não deu mais detalhes sobre o caso. Nos bastidores, entretanto, há rumores de que o projeto, que retira as gratificações do pessoal da saúde, já estaria na casa para votação. A alegação da Sefaz é que há um grande desequilíbrio nas contas públicas e um gasto com pessoal acima do limite suportado pela LRF. A Secretaria Ana Carla Abrão diz que a contenção se impõe nesse momento de crise. Os servidores, no entanto, afirmam que não vão pagar a conta de anos de irresponsabilidade fiscal e má gestão de recursos públicos e que estariam dispostos a ir às últimas consequências pela garantia dos seus direitos.